Esta é a análise de 007: Tomorrow Never Dies, lançado pela Electronic Arts em 1999 para o Playstation.
Introdução
Podemos dividir o gênero First-Person Shooter em duas épocas: antes e depois de GoldenEye 007. As inovações desse game para o gênero foram tantos que o jogo é simplesmente um símbolo máximo da franquia 007 como um todo, admirado por gamers do mundo inteiro até hoje e até o fim dos tempos. Uma obra-prima, sem dúvida. Mas, quando a empresa Electronic Arts comprou os direitos do agente britânico, gerou uma certa dúvida nos fãs. Principalmente quando ela lançou um game exclusivo ao Playstation, repleto de pompa e totalmente baseado no filme de mesmo nome: O Amanhã Nunca Morre. As dúvidas seriam devido ao fato de a Electronic Arts ter alterado o gênero de First-Person Shooter para Third-Person Shooter, o que ocasionou a perda de muitas das características cruciais do jogo. Será que a Electronic Arts conseguiu renovar a paixão dos amantes da franquia com esse novo game?
007: Tomorrow Never Dies
Informações técnicas
Publicado por: Electronic Arts
Desenvolvido por: Black Ops
Gênero: Third-Person Shooter
Plataforma: Playstation
Data de lançamento: 16 de novembro de 1999
Faixa etária: Teen
Sobre a história (contém spoilers)
Se o jogo é baseado no filme homônimo, creio que não há dúvidas quanto ao fato de que a história do jogo é a mesma do filme, certo? Pois bem. São as mesmas cenas, os mesmos personagens e o mesmo enredo, com umas poucas variações que não alteram em nada. Se você já assistiu o filme, irá reconhecer de prontidão o que está ocorrendo, inclusive as cenas entre as missões são as mesmas. Vamos lá:
Bom, a história sempre gira em torno das aventuras de Bond, não é? Caso não saiba, James Bond é um agente secreto da coroa britânica, de codinome 007, filiado à agência secreta MI6, que é o serviço de inteligência militar britânico.
Ele possui total permissão para matar quando necessário e responde diretamente à coroa britânica. Gosta de bugigangas eletrônicas, de Dry Martini, de mulheres bonitas, de climas exóticos, sabe falar vários idiomas e é capaz de pilotar ou dirigir quase qualquer veículo na face da Terra. Versátil e onipotente, esse ser foi interpretado por Pierce Brosnan no filme.
Bom, então. 007, ou James Bond, como preferir, estava espionando secretamente uma base russa atrás de mercadores obscuros de armas nucleares (coisa que ele faz todo fim de semana e feriados), quando ele intercepta mensagens inimigas vindo de um satélite. Ele consegue com muito afinco destruir o satélite, matar uma porção de guardas e ainda fugir de skis em plenas montanhas russas. Bond então acaba parando em um bazaar de armas clandestinas e totalmente ilegais. Ele fotografa algumas dessas armas para análise e para recordação, e então descobre que um navio britânico acaba de lançar um míssil no local, o qual irá destruir tudo. Sem muitas opções, Bond é obrigado a roubar um caça L-39 Albatros e fugir voando.
Essa missão é apenas de introdução e não tem nada a ver com a missão do jogo em si. A história começa mesmo quando um navio de guerra britânico entra no mar ao sul da China. A China obviamente entende isso como uma afronta militar, e ameaça atacar o navio caso ele não recue imediatamente para águas internacionais. Mas o navio britânico informa que o seu sistema de direcionamento indica que eles já estão em águas internacionais, e ameaça revidar qualquer ataque. O navio então é destruído por mísseis aparentemente lançados por bases chinesas, e vários aviões chineses são abatidos por mísseis do navio britânico em contrapartida. Esse desentendimento quase acaba por causar um conflito que pode se estender para uma guerra mundial. A agência MI6 descobre rapidamente que um jornal chamado Tomorrow publicou a notícia do desentendimento, em detalhes, poucos minutos depois do ocorrido, antes até mesmo de a própria agência britânica vir a saber. Desconfiando disso, a MI6 decide pesquisar com mais afinco as origens do incidente, e o envolvimento do editorial Tomorrow, mais especificamente o dono do jornal, um empresário milionário chamado Elliot Carver, dono de uma grande corporação de mídia chamada Carver Media Group.
Carver é interpretado, no cinema, por Jonathan Pryce:
Pois bem. 007 é chamado para investigar o que está acontecendo. Ele vai até uma festa, financiada pela empresa de Carver, para investigar. Chegando ao local, ele se encontra com Paris, uma ex-peguete dele de tempos atrás que mantém algumas lembranças um tanto quanto ruins a seu respeito.
Paris foi interpretada no cinema por Teri Hatcher:
Acontece que muita coisa mudou desde que os dois namoravam, e hoje em dia Paris é a esposa de Eliot Carver. Isso pode vir a calhar para conseguir algumas informações, porém Paris se mantém reservada e não parece muito disposta a contribuir. Antes que Bond pudesse forçá-la a dizer o que sabe, eis que Elliot consegue encontrá-lo e o leva para um tour pelo local. Bond é nocauteado pelas costas e amarrado, mas ele logo consegue se soltar e fugir da empresa.
Bond então continua sua investigação. Acessando a sala pessoal de Carver na prensa do jornal, Bond consegue a localização de informações a respeito de um dispositivo que é usado por Carver para embaralhar os sinais de GPS transmitidos por satélites. Com esses sinais, ele foi capaz de criar o conflito existente entre o navio britânico e a China, e tudo por causa de um motivo: a China se recusou a fornecer direitos de veiculação da mídia da Carver Media Group dentro de seu território. Ou sela: Carver é um louco, fanático por poder e manipulador disposto a criar guerras em troco de satisfação pessoal e lucro. Em tese, apenas mais um dos vilões malucos de James Bond.
James Bond então descobre que Paris está sendo mantida refém por Carver dentro de seu próprio apartamento no Hotel Atlantic. Ele vai lá e resgata a moça das garras de diversos terroristas, não só porque ela é gata, mas também porque ela pode fornecer informações importantes. Bom, na verdade, no filme propriamente dito ela já está morta quando ele chega ao hotel, mas no jogo ela fica viva, é resgatada e não serve para nada, na realidade.
Então, Bond vai até Hokkaido, no Japão, atrás de um comerciante ilegal de bombas de gás moral. Após matar o traficante, Bond segue para Saigon, na China, onde ele consegue penetrar na Carver Media Tower, a principal torre de transmissão do grupo Carver. Bond consegue um disquete contendo alguns dados codificados e criptografados. Ele então é capturado, juntamente com uma outra agente, desta vez da inteligência chinesa, chamada Wai Lin.
Wai Lin foi interpretada no cinema pela atriz Michelle Yeoh:
Porém, os dois conseguem fugir de uma forma bem original do alto do prédio.
Fora do local, Bond ainda precisa analisar os dados do disco, descriptografá-los o mais rápido que puder, a tempo de conseguir impedir que Carver lance um míssil nuclear em Pequim de seu submarino, que está escondido em algum lugar do mar. O local mais próximo é o laboratório de Wai Lin, em Saigon mesmo. No entanto, Carver pagou propina para a polícia local de Saigon, de modo que eles estão à procura de James Bond. Incapacitado de ir, Wai Lin vai em seu lugar, e, após enfrentar alguns policiais corruptos, ela consegue chegar a seu laboratório e decodifica os códigos dispostos no disquete de dados. Ela descobre que o submarino stealth de Carver está localizado na região de Ha Long Bay, na China.
James Bond e Wai Lin conseguem um bote e vão até o local exato em que se encontra o submarino stealth de Carver. Bond invade o local sozinho, enquanto Wai Lin aguarda pacientemente do lado de fora, no bote, pronta para fuga. Bond vai até a sala de comunicações e envia um sinal à MI6, indicando onde se encontra o submarino. Mas é tarde demais: ele descobre logo em seguida que a Wai Lin foi encontrada e capturada. Bond então vai até as celas, e consegue resgatá-las. Bond segue para o painel de desativação do míssil nuclear, e tenta desativá-lo, mas ele precisa de um cartão de acesso que se encontra com Carver. Ele vai até onde está Carver e consegue matá-lo, mas antes Carver consegue acionar o mecanismo de auto-destruição do submarino. Bond consegue correr de volta para fora do submarino, e foge no mesmo bote do qual ele veio, juntamente com a Wai Lin, momentos antes da explosão.
Fim de mais uma aventura épica de James Bond!
Sobre o jogo
Quem não gosta do 007, não é mesmo? Os games do mais famoso agente secreto de todos os tempos são sempre repletos de armas, muita ação, tiroteios frenéticos e mulheres bonitas. O filme Tomorrow Never Dies, o décimo oitavo filme do personagem criado por Ian Fleming, foi um sucesso, trazendo Pierce Brosnan no lugar do agente. É claro que um jogo teria que ser produzido em cima do game. Mas haveria uma diferença: a Nintendo e a Rare não eram mais responsáveis pela franquia, e sim a Electronic Arts e a MGM Interactive. Isso fez toda diferença.
Diferentemente do hiper sucesso que foi o jogo anterior na franquia, GoldenEye 007, Tomorrow Never Dies mudou drasticamente sua estrutura. A principal diferença é que o jogo deixou de ser First-Person Shooter para ser um Third-Person Shooter. Essa alteração acarretou em uma leve perda de identidade, de modo que muitos fãs do jogo anterior não conseguiam perceber as mesmas características nesse jogo. No fundo, até que as características mais marcantes de GoldenEye 007 estão lá, mais discretas, é verdade, mas estão lá. Uma pena que a EA não conseguiu realizar um trabalho tão bom quanto a Rare.
A Electronic Arts fez questão que o estilo do jogo ficasse semelhante ao de um DVD. Por isso, o menu de escolha de missões e tal fica muito semelhante ao de escolha de cenas de um DVD, por exemplo. Muito bacana. E falando em escolha de missões, assim como em GoldenEye 007, podemos escolher as missões diretamente de uma tela, de forma que podemos refazer todas as missões já realizadas quantas vezes quisermos.
Em cada missão, temos algumas missões que temos de cumprir. As missões sempre variam, de fase para fase, e pode ser chegar a um determinado local, conseguir um item, fotografar armas roubadas, matar alguém, resgatar alguém ou explodir alguma coisa. Também há objetivos parâmetros, como matar civis, por exemplo. É preciso muito cuidado com isso. O jogador pode acessar quais são os objetivos de cada missão a qualquer momento.
007 possui uma barra de vida na cor verde, no canto superior esquerdo. Conforme toma dano, essa barra vai se tornando amarela. James Bond também demonstra fisicamente se ele está bem ou não de vida. Se essa barra acabar, James Bond morre. É possível encher essa barra usando medikits que encontramos pelo cenário. Os medikits são armazenados, como itens (podemos levar até 10 conosco), e usados quando precisar. Cada medikit cura dois pontos da barra (às vezes um só) por vez, então tome cuidado para não acabar morrendo rápido demais. Também é possível conseguir coletes à prova de balas, que fornecem uma segunda barra de proteção mas limitada a dano, também.
Ah, e James Bond possui um número limitado de vidas. Ele gasta uma vida ao morrer, e, ao fazer isso, ele reaparece com a vida cheia e invencível por um certo tempo, no mesmo local em que ele morreu. Se as vidas acabarem, será Game Over, obviamente. Mas não se preocupe: é possível encontrar uma vida extra em cada uma das fases do jogo. Há uma vida extra em cada fase, mas elas geralmente estão bem escondidas, então aconselho que procure bem em todos os cantos e salas.
A ação ocorre o tempo todo em terceira pessoa, e nisso o jogo pode ser facilmente comparado a games como Syphon Filter, por exemplo. Em sua essência, ambos são bem semelhantes, até mesmo em aspectos da jogabilidade. James Bond é capaz de não apenas correr, atirar e explodir coisas, mas também de se abaixar, andar sem fazer barulho, rolar para os lados, esgueirar-se para o lado, dirigir automóveis, pilotar jatos e andar de ski! É bastante versatilidade, digno do mais versátil agente secreto do mundo! E tudo isso é feito com poucos botões, tornando a jogabilidade tão simples quanto outros games que vemos por aí para o mesmo gênero.
Há alguns momentos em que podemos ser Stealth, também. James Bond é capaz de usar armas silenciosas, e atirar na cabeça de inimigos desprevenidos é sempre melhor do que começar um tiroteio. Sem contar que Bond é capaz de se mover silenciosamente, podendo assim chegar por trás dos inimigos e matá-los sem ser visto. Há até uma animação especial quando tentar fazer algo desse tipo. O jogo permite que o personagem seja bem Stealth, em vários momentos, mas é claro que não será sempre que poderá passar desapercebido. Na verdade, passará mais tempo em tiroteios do que tentando ser discreto. Mas pelo menos tem essa possibilidade, e, matando os inimigos de forma Stealth, conseguirá pontos a mais ao final da fase.
O destaque fica mesmo para as cenas especiais em que estamos dirigindo o carro de Bond, pilotando o jato (mesmo que por um curtíssimo período) e andando de ski, que são os momentos mais únicos do jogo. A jogabilidade dessas cenas é única, e bem interessante, com várias possibilidades. Andando de ski, por exemplo, é possível realizar uma série de manobras, desviar de árvores e passar rente a precipícios, por exemplo. Dirigindo o carro, poderá usar metralhadoras e mísseis para abater carros, furgões e caminhões inimigos, enquanto desviamos de pedras e de minas. Enfim, é bem legal e diferente.
O que seria de Bond sem as muitas armas e apetrechos que ele usa? Quanto a armas, não tem muito o que reclamar: Bond sempre começa as missões com algumas, e pode adquirir várias novas em cada missão. Para trocar de armas ou itens, basta abrir o menu e selecionar a arma ou item que quiser com calma, uma vez que o jogo pausa enquanto estiver no menu de seleção de armas ou itens. Há algumas armas específicas que só podem ser adquiridas em missões específicas. O jogador sempre terá uma pistola PK7 com silenciador disponível, e com munição infinita, caso acabe a munição das outras armas. No entanto, há muitas outras armas. Há rifles de assalto, rifles sniper, rifles sniper com visão noturna, lançador de minas terrestres, Auto 9mm, a sub-metralhadora SMG 45, o lançador de granadas GL 40, e até mesmo um lança-mísseis! Munição tem aos montes pelas fases.
Mas um 007 não pode viver sem bugigangas! E isso ele tem aos montes. Afinal, o agente Q sempre aparece com novidades em cada game. Desde pequenos explosivos escondidos, até scanners de impressões digitais, detonadores de minas, câmeras fotográficas, lasers indicativos e muitos outros itens que são exclusivos de cada fase e abundantes em tecnologia.
Há um fator que atrapalha diversos Third-Person Shooters de hoje em dia: a câmera. Quando estamos olhando para um espaço limitado que é a televisão, e tem um personagem no centro da tela, isso pode vir a atrapalhar bastante. Dependendo do modo como a câmera acompanha o personagem, o nosso próprio personagem fica na frente e pode ser o que separa a vida da morte em um tiroteio. Pensando nisso e reconhecendo esse problema, a Black Ops encontrou uma alternativa interessante: a câmera focaliza James Bond de um modo em que não chega a atrapalhar muito. Posicionando a câmera mais acima, ele não impede a visão de inimigos, e, quando é necessário aproximar mais a câmera para evitar um obstáculo (por exemplo, quando nos aproximamos de uma parede), James Bond fica parcialmente transparente, de modo que sabemos onde Bond se encontra, e também vemos o que está à frente sem problemas. Trata-se de uma ideia muito interessante, e uma solução bem-vinda para um problema que persiste há tempos no gênero.
Ah, e não podemos nos esquecer dos temíveis chefões de fase! Bem, eles não são assim tão temíveis, na verdade: apenas são inimigos normais, só que com mais vida e com armas mais poderosas. Os chefões do jogo representam figurões que, no cinema, tiveram menor importância, como o Dr. Kaufman, ou Stamper, o braço direito de Carver, e também alguns personagens que não existem no filme, e sim apenas no jogo, como o traficante de armas Sotoshi Isagura. Esses chefões estão sempre bem posicionados, em salas grandes que permitem um combate rápido e frenético. Eles reagem bem a danos: atirar na cabeça retira mais dano do que atirar na barriga, por exemplo, e os chefões respondem bem aos danos que causamos, curvando-se quando atiramos na barriga ou gritando quando atiramos no pé, por exemplo. No fundo, as batalhas contra chefes podem se resumir a tiroteios alucinados e descoordenados.
A final de cada missão, recebemos uma pontuação. Essa pontuação leva em conta fatores como quantos inimigos matou, quantos inimigos matou de forma Stealth, quanto tempo levou para terminar a fase e quantos tiros você errou. Todos esses fatores são avaliados e geram uma pontuação de 0 a 10000, conhecido como "estilo". Essa pontuação não serve para nada, e nem sequer desbloqueia qualquer coisa especial ou algo do gênero, mas é algo que você pode ficar tentando fazer quando achar que domina muito uma determinada fase.
E o jogo se resume a isso. São 10 missões, e um gameplay bem curto. O game só tem um final, não tem modo multiplayer e nem modos extras. Após fecharmos o jogo, poderemos assistir novamente diversos trechos do filme, no menu de opções, a qualquer momento. Tem um final secreto e um trecho especial do filme que só conseguirá liberar se fechar o jogo na dificuldade 007. Se é um fanático pelos filmes de Bond, isso pode ser uma boa. Se não for, vai passar batido por essa.
Minha análise do jogo
Gráficos
Visualmente, Tomorrow Never Dies não é necessariamente feio, ele apenas é... Estranho. Não há falhas gritantes na cena, mas são tantos erros pequenos juntos que chega a dar a sensação de que o serviço foi terminado às pressas. A modelagem dos personagens está bem simples. As explosões chegam a ser toscas, de tão mal produzidas. A movimentação até que não é ruim, mas às vezes o personagem fica empacado em partes do cenários por bobeira, por erros de programação mesmo. Esses são alguns dos erros mais comuns. Mas tem coisas boas aqui também: os cenários são variados e interativos,.apesar de pouco detalhados. As cenas de ação, tanto as retiradas diretamente do filme entre as missões, como as do jogo mesmo, nas fases, estão bem feitas. É possível gerar pequenas cenas internas, como quando atacamos um oponente pelas costas, ou quando derrubamos um oponente em uma máquina de prensar jornais, e isso é realmente muito interessante e diferente. Apenas um pouco mais de esmero com os detalhes e poderia ter ficado muito bom. Mas, por hora, o visual não é ruim, mas poderia ter ficado muito, mas muito melhor. O empenho que a Black Ops teve foi considerável.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)
Som
E esse foi o foco máximo que esse game recebeu. Se podemos reclamar dos gráficos e da jogabilidade, jogar pedras na longevidade, e tudo mais, ninguém poderá dizer nada a respeito do quesito sonoro. As músicas mais famosas de James Bond tocam a todo momento, de formas remixadas para se adequarem às diferentes cenas de ação, e todas elas são excelentes. Todas as músicas ficaram muito bem encaixadas nos momentos e nas missões, dando a impressão mesmo de que somos Bond, James Bond. Todos os personagens receberam vozes, e estão bem dublados. O que eles dizem é compreensível e interessante, com sotaques característicos para cada um. Os efeitos sonoros das armas e explosões também estão bons (apesar de os efeitos gráficos que os acompanham não terem ficado lá essas coisas). Como disse, não tem do que reclamar. O empenho da Black Ops com o som foi máximo, e é o diferencial do jogo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)
Jogabilidade
Falar mal da jogabilidade de Tomorrow Never Dies é falar mal da maioria dos Third-Person Shooters do Playstation, pois a Black Ops usou uma fórmula muito semelhante ao que podemos encontrar em outros games por aí. E ela teve a ideia certa: já que é para fazer um TPS, ela pegou os melhores comandos para tal fim. Movimentação rápida, mira automática, mira manual, e alguns toques especiais, como se abaixar, mirar enquanto se esgueira para o lado, correr para os lados, rolar lateralmente, enfim, está tudo aqui. Ainda em a possibilidade controlar um carro em uma missão, um jato em outro, e de andar de ski em duas diferentes missões! Tudo com controles únicos e intuitivos. Juntando-se ao sistema de medikits para encher a vida, vidas limitadas e pontuação ao final da fase, o jogo fica bem com a cara de arcade. Tudo muito simples, mas ainda assim funciona muito bem. É claro que há defeitos aqui e ali, como a mira automática que não funciona direito, e o fato de não se poder recarregar a arma e também ter que parar a ação para escolher outras armas ou itens. Mas, para um TPS, há muita ação, e os comandos que marcaram excelentes jogabilidades em outros games semelhantes estão aqui! Apenas com um pouco menos de capricho. Mas estão presentes. Empenho excelente por parte da Black Ops.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)
Longevidade
Esse é o elemento que mais fez falta, de todos eles, na minha opinião. Tomorrow Never Dies possui apenas 10 fases. E cada uma delas leva no máximo 15 minutos para ser completada, por mais complexa ou maior que ela seja. Sabe quanto tempo isso dá de game? 2 horas e meia. Tudo bem que jogos de ação costumam oferecer pouco tempo, mas essa quantia é muito, mas muito pouco para um gameplay comum. O game só possui duas dificuldades, Agent e 007, sendo que a mais difícil, a 007, já vem disponível desde o começo do jogo. Fechar no modo 007 pode ser sim um desafio, mas sabe o que vai ganhar quando conseguir fechar esse jogo no modo 007? Apenas um vídeo extra. Que é o máximo de extras que conseguirá. E, mesmo assim, isso significa que só precisa de 5 horas para fazer tudo o que o jogo permite fazer. Não há mais dificuldades, não há modos extras, itens extras, e nem sequer um modo multiplayer! Levando em consideração que o modo multiplayer de GoldenEye 007 era o ápice do game, chega a ser ultrajante tão pouca longevidade em uma sequência. Realmente, a Black Ops pecou feio nessa. Empenho mínimo.
● Nota pessoal: 1/5 (Empenho Mínimo)
Inovação
Bom, pelo menos uma coisa não podemos dizer da Electronic Arts: ela não tentou seguir na onda do sucesso anterior. Ela não se permitiu apenas criar uma sequência básica, sem muitas alterações e feita para agradar os jogadores que queriam "mais do mesmo". Convenhamos que ela foi corajosa ao reformular completamente um game logo após o hiper sucesso que foi GoldenEye 007. Alguns podem afirmar que ela deveria ter permanecido com o mesmo estilo, mas ela quis inovar, tentou trazer uma experiência diferente. Ela poderia ter feito um FPS semelhante ao game anterior (e teria ficado no mínimo no mesmo nível que Medal of Honor, por exemplo), mas ela não quis. Ela optou pela renovação. A EA pode não ter se dado bem nessa, mas ninguém pode culpá-la por não ter tido a coragem e a audácia de mudar em um time que já estava ganhando. E isso deve ser reconhecido. Não é fácil fazer uma transição desse tipo, mas a EA pecou em coisas básicas também. De qualquer forma, esse jogo possui uma estrutura tão diferente, mas tão diferente dos anteriores, ainda com todos seus defeitos, que eu posso afirmar que o empenho que a Black Ops teve com a inovação foi mesmo excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)
Diversão
Eis o X da questão. Qualquer um que tenha jogado GoldenEye 007 sabe que a razão de o jogo ter feito tanto sucesso é o seu foco particular na ação. Centenas de pessoas ainda jogam GoldenEye 007 nos dias de hoje, e jogarão por muitos anos, porque ele é divertido pacas. E, quando se lança uma sequência, o que se presume? Que será ainda melhor? Bem, não foi o que aconteceu com esse game. Os diversos problemas técnicos que encontramos aqui e ali nos impedem de ter uma experiência gratificante de jogo. Não é que o jogo seja chato: há muita ação, uma jogabilidade que não é ruim, várias cenas especiais, chefões, tiroteios frenéticos e várias armas. O jogo até é legal de se jogar, e não cansa com tanta facilidade, mas fica aquela sensação de que poderia ter sido bem melhor. Sem contar que o jogo é tão curto, que, quando ele começa a ficar interessante, com momentos épicos de combates contra chefes de fase difíceis, ele simplesmente acaba. E, ao acabar, nem faz falta. O jogo cria uma expectativa, e, quando se encontra prestes a estabelecer esse clímax, ele acaba. As primeiras fases são fáceis demais, e as melhores são as últimas, mas, como disse, são bem poucas. Há poucos momentos realmente memoráveis nesse jogo. Faltou muita coisa para que esse jogo bom se tornasse cativante e divertido como foram alguns de seus antecessores. O empenho da Black Ops, nesse sentido, foi apenas considerável.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)
Soma Final: 20/30 (Bom)
Em resumo: Bem, creio que deve ter ficado bem claro, ao longo da minha análise, o quanto GoldenEye 007 e Tomorrow Never Dies são diferentes. A Electronic Arts não apenas mudou o gênero, a jogabilidade, enfim, mudou a estrutura toda do jogo, como ainda mudou para pior. É válido como uma primeira tentativa de surpreender o público, mas é inadmissível quando se percebe o quanto esse game ficou inferior aos seus anteriores. Uma pena, mas esse game não se destaca perante outros nomes no gênero. Até recomendaria que você alugasse para experimentar, mas comprar apenas é recomendável se você for muito fã do filme ou do James Bond em si, porque há vários outros games de ação melhores do que esse disponíveis no mercado, principalmente no Playstation.
Análises profissionais
O Metacritic não possui uma média para 007: Tomorrow Never Dies.
Detonado em vídeo
Esse é o mais completo e melhor detonado na internet para esse game. Mostra como passar de todas as fases no modo 007, com boas estratégias e pegando várias vidas. O detonado ainda está em excelente qualidade e bem editado. Vale a pena conferir!
Parte 1 - Mission 1: Outpost
Parte 2 - Mission 2: Arms Bazaar
Parte 3 - Mission 3: Carver Media
Parte 4 - Mission 4: Pressing Engagement
Parte 5 - Mission 5: Hotel Atlantic
Parte 6 - Mission 6: Convoy
Parte 7 - Mission 7: Ski Ridge
Parte 8 - Mission 8: CMGN Tower
Parte 9 - Mission 9: Market District
Parte 10 - Mission 10: Stealth Boat (1/2)
Parte 11 - Mission 10: Stealth Boat (2/2)
E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.
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