segunda-feira, 4 de julho de 2011

Tony Hawk's Pro Skater

Esta é a análise de Tony Hawk's Pro Skater, lançado pela Activision em 1999 para o Playstation.


Introdução

Antes de Tony Hawk's Pro Skater, os games de skate eram simples demais. Pouco criativos, geralmente enfadonhos e sem conseguirem passar o sentimento de realmente estarmos andando de skate. Pensando nisso, Mitch Lasky, vice-presidente da Activision, decidiu fazer um acordo com o melhor skatista do mundo, Tony Hawk, para juntos criarem um game que seria o simulador definitivo do esporte. Eles se uniram e foram além: chamaram diversos outros skatistas famosos para concretizar esta necessidade da indústria dos games. E nós só temos a agradecer pelo que eles fizeram.

TONY HAWK'S PRO SKATER


Informações técnicas

Publicado por: Activision
Desenvolvido por: Neversoft
Gênero: Sports
Plataforma: Playstation, Nintendo 64 e Dreamcast
Data de lançamento: 31 de agosto de 1999
Faixa etária: Teen

Trilha-sonora da análise

Enquanto lê a nossa análise, que tal escutar o áudio que separamos mais abaixo?


Música Superman, do Goldfinger, uma das minhas músicas prediletas do jogo.

Sobre a história do jogo

Não há história no jogo. Escolha um skatista famoso e complete os objetivos de cada fase, em busca de fama e respeito entre os outros skatistas. Para isso, temos de bancar o rebelde e invadir locais públicos para depredá-los e destruí-los sobre um skate. Apenas isso.

Sobre o jogo

Tony Hawk's Pro Skater lhe permite controlar os melhores skatistas do mundo. São 10 skatistas no total. Além do melhor do mundo, Tony Hawk, o qual concede seu nome ao game, podemos jogar com o brasileiro Bob Burnquist, Geoff Rowley, Bucky Lasek, Chad Muska, Kareem Campbell, Andrew Reynolds, Rune Glifberg, Jamie Tomas e Elissa Steamer.
O principal elemento de Tony Hawk's Pro Skater é a parceria da Activision com os skatistas reais. Eles não apenas concederam dicas para a concepção do jogo, mas literalmente se entregaram ao jogo. Todos os skatistas reais presentes no jogo tiveram seus movimentos corporais sentidos através de sensores e capturados para serem programados no jogo. Então, não é só o rosto e o corpo deles que estará igual. O estilo será o mesmo, os movimentos são idênticos, as manobras características são as mesmas, e o design dos skates é o mesmo.
O princípio do jogo é único: a diversão. O jogador, após escolher um skatista e um skate, do qual pode escolher o desenho, a cor das rodas e a pressão nos parafusos (isso altera a velocidade nas curvas), escolhemos uma fase. Temos dois minutos de tempo para radicalizar. As fases do jogo são cenários urbanos comuns, como cidades, com parques e ruas, até escolas, shoppings, entre outros locais menos prováveis, como uma represa e um armazém de ovnis. São 9 fases no total. Todas as fases foram planejadas para se andar de skate, então poderá esperar por vários half-pipes espalhados por todo o perímetro do local, propício para muitas manobras, além de canos estrategicamente posicionados para serem deslizados. Tudo de forma a parecer realista e também divertido para se realizar combos. Podemos encontrar uma rica variedade de detalhes em cada pista, de modo que podemos facilmente nos sentir andando realmente por esses lugares, e radicalizar. Podemos saltar sobre táxis, podemos manobrar sobre carros e escadas rolantes dentro do shopping, e tudo o mais.
Mas o que podemos fazer dentro destas fases? Manobras, apenas? Bem, essa é a ideia principal, mas não é só isso. A riqueza de detalhes das fases é tão grande, e as fases são tão vastas que a exploração toma um valor especial. E não é só para localizar o local mais propício a manobras não. Para avançarmos pelo jogo, temos de cumprir objetivos, chamados de "fitas". É a única forma de se disponibilizar novas fases. São sempre cinco objetivos por fase: dois deles estabelecem uma margem mínima de pontuação. Um outro objetivo comum a todas as fases é encontrar as letras da palavras S-K-A-T-E que estão espalhadas pela fase, em pontos-chave, e têm de ser encontradas. Outro objetivo é encontrar uma fita secreta escondida em um local de dificílimo acesso, exigindo muita atenção para encontrá-la. E, por fim, também há um objetivo que envolve fazer manobras em objetos comuns, geralmente destruindo itens característicos da fase. Na escola, por exemplo, temos de fazer um grind sobre as mesas. No shopping, temos de quebrar vidros de anúncios. Nas ruas de Minneapolis, temos de destruir as placas que proíbem andar de skate, e assim por diante. Quanto mais objetivos ganhamos, habilitamos novas fases, e também melhoramos os atributos de nosso skatista, como alcance do pulo, equilíbrio, entre outros.
Mas não pense que será fácil, não. Em algumas fases, geralmente as maiores e com maior número de localidades escondidas, será realmente um desafio realizar alguns objetivos, principalmente encontrar a fita secreta. Além de muita exploração do cenário, temos de demonstrar muita habilidade sobre o skate, como quando temos de saltar do telhado de um prédio para outro, ou quando temos de deslizar sobre uma longa série de grinds sem cair. Não é para qualquer um, não, e será um verdadeiro desafio.
E se você estiver encontrando dificuldades para explorar as fases em apenas dois minutos? Não tem problema, você pode acessar um outro modo, chamado Free Skate, no qual pode andar por qualquer fase já desabilitada sem tempo nenhum. Você não pode realizar nenhum objetivo nesse modo, mas, com tempo de sobra, poderá praticar à vontade, treinando as manobras, procurando os melhores locais para realizar combos, ou mesmo praticando chegar até aquele local de difícil acesso. Vale a pena treinar bastante, e, depois de se acostumar com a fase, voltar ao modo carreira e completar os objetivos.
O que mais chama a atenção no jogo é a simplicidade. Tony Hawk's Pro Skater veio para trazer a cultura do skate para o maior número possível de pessoas, e trouxe comandos simples e eficientes para se controlar o skatista. Mesmo um iniciante sem muita perícia com os controles não encontrará dificuldades para realizar algumas manobras e conseguir se dar bem no começo. Porém, conforme o jogo prossegue e a quantidade de pontos aumenta, torna-se necessário realizar manobras mais difícil e combos maiores. Aí, o jogador tem de praticar bastante, pois não será uma tarefa fácil. Não será nada que não se consiga com muito treino, e isso também ajuda a deixar o jogo mais divertido e desafiador.
Além de completar os objetivos, há fases no qual ocorrem torneios. Os torneios são separados em três turnos. O jogador possui três turnos de um minuto cada para realizar o máximo de pontos que puder. Sem outros objetivos: apenas arrasar nas manobras e nos combos. Ao final de cada turno, é dado uma nota, e, ao final dos três turnos, a menor nota é eliminada e os três melhores colocados recebem uma medalha. Avançar por esses torneios é necessário para se prosseguir no jogo.
Fechando o jogo, o jogador ainda pode retornar para as fases e completar os objetivos restantes, de deixou algum. E, se ele conseguir três medalhas de ouro, poderá conferir vídeos reais gravados com o skatista que escolheu jogar, só que de verdade. Muito bacana de se ver. Vale a pena fechar com cada skatista para poder assistir o seu vídeo. Além disso, se o jogador conseguir todas as 30 fitas do jogo, ou seja, completar todos os objetivos do jogo, habilitará um skatista secreto, o Private Carrera.
Além desses extras, o verdadeiro motivo pelo qual esse jogo fez tanto sucesso é, sim, o modo multiplayer. THPS permite que duas pessoas possam radicalizar no skate juntas, em três modalidades diferentes. Trick Attack, o boa e velha disputa por pontos, Horse, uma estranha competição no qual os dois jogadores se revezam para realizar uma manobra. Quem fizer a menos valiosa manobra recebe uma letra, e quem completar H-O-R-S-E primeiro perde. Por fim, Graffiti é uma disputa no qual cada movimento que você faz em um local irá grafitar o local. A única forma de se tirar um grafiti é fazer uma manobra melhor do que a do oponente. E aí, quem tiver mais locais grafitados ao final vence. Todos os três modos são bem diferentes e divertidíssimos, e manterão os jogadores se divertindo por muitos dias tranquilamente.

Minha análise do jogo

Gráficos 
Os gráficos foram bem trabalhados. Usando a mesma engine gráfica do Resident Evil, a equipe fez algo que parecia impossível. Os personagens estão detalhados e realistas. A feição e a movimentação dos personagens recebeu atenção especial e estão muito bons. As manobras se parecem exatamente com o como elas deveriam parecer na vida real, e as quedas também foram bem programadas. Pena que alguns outros detalhes não receberam o mesmo esmero. Enquanto os personagens estão bem feitos, os cenários estão um pouco feios. Os cenários são grandes e vastos, até um pouquinho variados, mas eles ainda apresentam texturas feias e mal acabadas. Há interação com o cenário, o que ajuda a melhorar a imagem do jogo, mas alguns efeitos que acontecem quando derrubamos algo ou quebramos algo, por exemplo, podiam ter sido bem melhor trabalhados. Como a Activision não se esforçou tanto assim para providenciar cenários tão bonitos quanto a modelação dos personagens, não posso dar a nota máxima. Muito bom, mas tinha potencial para ter sido bem melhor.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Som 
As músicas do jogo pertencem a bandas como Goldfinger, Dead Kennedys, The Ernies, Suicidal Tendencies, e muito mais. Sim, elas são excelentes, e foram muito bem selecionadas, passando toda a ideia da cultura do skate e dando aquele toque para o game. Fora as músicas, os sons de queda, os grunhidos de dor dos personagens, os sons que ocorrem quando batem em algum lugar, ou quebramos alguma coisa, e os sons do ambiente também foram bem feitos. Não há o que reclamar do quesito som, não. O empenho da Activision foi o máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Jogabilidade 
A jogabilidade é um dos pontos altos do game. Ao mesmo tempo em que é um sistema de comandos sofisticado o bastante para atrair os jogadores hardcore, não é difícil a ponto de afastar os jogadores casuais. Com poucos botões, podemos conseguir muitos pontos, e não é uma questão de se esmagar botões, ou qualquer coisa assim: é preciso disciplina e displicência para se conseguir um bom combo, e esse é o diferencial. O jogo nunca fica igual, porque sempre irá te exigir mais e mais, e o jogador sabe que pode conseguir mais. O jogador pode sempre se sentir motivado a fazer mais pontos, a ir melhor, e, para isso, nada melhor do que treinar, treinar e treinar. Ah, claro, e conhecer o cenário. Explorar é fundamental, e, até nisso o game se saiu bem. Jogabilidade perfeita, nota máxima.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Longevidade 
Tony Hawk's Pro Skater possui 10 skatistas e 9 fases. A ideia é que o jogador  realize todos os 30 objetivos do jogo com um personagem para receber como prêmio um vídeo com movimentos reais daquele skatista. É divertido fazer isso. Além disso, percorrer todas as fases com cada um dos 10 skatistas levará um bom tempo, até porque o jogador tem de primeiro aprender o estilo e as manobras de cada personagem. Aí, depois que você se cansar, que tal realizar todos os gaps secretos de cada fase e tentar bater seus próprios recordes de pontuação? Só por esses extras, o jogo possui uma longevidade razoável. Porém, o modo multiplayer do jogo aumenta ainda mais a longevidade do jogo, fazendo com que você não pare de jogar esse game durante meses.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Inovação 
Comparar Tony Hawk's Pro Skater com outros games de skate da época é fazer piada. O jogo é muito, mas muito superior do que outro game jamais sonhou ser, e ainda mais conseguiu chegar. THPS praticamente reinventou o gênero, mostrou para todas as outras empresas como é que se faz um game de skate divertido e com estilo. O grau de inovação desse game é um dos fatores que mais chamaram a atenção na sua época de produção, pela audácia e profissionalismos da produtora que, um dia, resolveu criar o simulador de skate mais perfeito possível . E conseguiu. 
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Diversão 
A Activision também prestou atenção no quesito diversão. Para um game não ficar chato, ele não pode se permitir ficar repetitivo ou sem opções. E isso, pode acreditar, Tony Hawk's Pro Skater não fica de jeito nenhum. Há uma porrada de manobras para cada personagem, e uma possibilidade de combos muito grande. Todas as fases possuem seu design próprio, e são únicas. Sempre vale a pena usar de artifícios do próprio cenário para conseguir mais e mais pontos, sem essa de ter de ficar sempre no mesmo lugar. E mesmo quando não temos de realizar manobras, apenas, e sim procurar itens pelo cenário, o jogo fica divertido e pode ser desafiador, dependendo da fase. Dá para curtir muito, cada momento, e depois querer continuar só para passar por tudo de novo. Um game que não te decepciona em diversão em momento algum.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Soma Final: 29/30 (Excelente)

Em resumo: Tony Hawk's Pro Skater deu um banho em outros simuladores de skate e mostrou que a Activision veio para reinar nesse gênero. Esse game é obrigatório não só para todos que gostam de skate, mas para todos que têm o console Playstation, pois será bem difícil encontrar outro game que se compare com esse em questão de diversão, imersão e interatividade multiplayer. Um exemplo a ser seguido.


Análises profissionais

A média pela Metacritic para Tony Hawk's Pro Skater é 92/100.

Detonado em vídeo

Os vídeos abaixo, jogados em um Nintendo 64, mostram como completar todos os objetivos de cada fase. Eles possuem comentários, mas foram bem feitos. O detonado foi jogado com o skatista Tony Hawk. Confira:

Parte 1 - Fase 1: Warehouse, Woodland Hills



Parte 2 - Fase 2: School, Miami



Parte 3 - Fase 3: Mall, New York



Parte 4 - Fase 4: Skatepark, Chicago



Parte 5 - Fase 5: Downtown, Minneapolis



Parte 6 - Fase 6: Downhill Jam, Phoenix



Parte 7 - Fase 7: Burnside, Portland



Parte 8 - Fase 8: Streets, San Francisco



Parte 9
- Fase 9: Roswell, New Mexico


E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.

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