sábado, 6 de agosto de 2011

Final Fantasy IX

Esta é a análise de Final Fantasy IX, lançado pela Square em 2000 para o Playstation.


Introdução

Final Fantasy IX não foi feito apenas pela Square. Ele foi feito mais pelos fãs de Final Fantasy, que mandaram centenas de cartas e e-mails com sugestões sobre quais rumos a franquia deveria tomar. Hironobu Sakaguchi, criador da série, começou a desenvolver esse game antes mesmo de lançar o VIII, tamanha sua expectativa sobre como seria esse game. Ele trabalhou duro para que fosse o melhor Final Fantasy da história, e que marcasse o fim da série no Playstation com muita classe. Para os fãs, esse game é uma volta às origens, misturando tudo o que fez sucesso na franquia com tudo que os fãs pediram. Um jogo feito 100% para atender o que os fãs queriam, e o que Final Fantasy poderia providenciar de melhor. Apenas uma coisa pode ser dita aqui: jamais haverá um RPG como esse na história dos games.

FINAL FANTASY IX


Informações técnicas

Publicado por: Square (agora Square Enix)
Desenvolvido por: Square (agora Square Enix)
Gênero: Role-Playing Game
Diretor: Hiroyuki Ito
Plataforma: Playstation
Data de lançamento: 7 de julho de 2000
Faixa etária: Teen

Sobre a história (contém spoilers)

A história de Final Fantasy IX, como já é consagrado da série, não possui vínculos diretos com nenhum outro game da franquia Final Fantasy, possuindo, portanto, uma história própria. No entanto, alguns detalhes podem ser bem semelhantes à de outros games da série. A história é longa e repleta de personagens, então preste atenção para não perder nenhum detalhe.

O mundo de Final Fantasy 9 é Gaia, o mesmo de outros games da série, como o 7, por exemplo, só que totalmente diferente, sendo apenas o nome idêntico. Os habitantes desse mundo incluem humanos e um bocado de raças de seres esquisitos antropomórficos, ou seja, misturados com animais. Vários deles podem ser conhecidos de outras séries, como os moogles (seres fofinhos com um pompom na cabeça), chocobos, que são seres semelhantes a galinhas gigantes que servem como montaria, além de seres que parecem ratos, humanos com rabo de macaco, entre outros.
O povo de Alexandria, uma cidade do continente Mist, um dos quatro continentes do jogo, é um povo que vive feliz da vida, e mal conhece outras cidades, que dirá outros continentes.
Bom, a história começa quando a princesa de Alexandria, uma jovem chata e enjoada da vida chamada Garnet, está prestes a completar 16 anos. Veja, essa é a Garnet:


Pois bem, Garnet é uma garota triste cuja único sonho na vida é conseguir fugir do castelo para deixar a vida chata de princesa e se aventurar pelo mundo. Não se sabe porque ela odeia tanto assim a vida de princesa, mas deve ser porque a mãe dela tem essa cara aqui:


Não contente em ser a mais gorda e a mais feia e esquisita rainha a aparecer um jogo de videogame na história, Brahne ainda é uma das vilãs do game. É muito defeito para uma pessoa só.

Bom, Garnet quer ir embora do castelo. Ela pensou em aproveitar seu aniversário de 16 anos e uma peça de teatro dedicada a ela todo santo aniversário (por isso que ela já nem aguenta mais assistir essa peça) para fugir. Mas outras pessoas têm planos para ela. Um grupo pequeno de assaltantes e pequenos fanfarrões que gostam de botar a mão na coisa dos outros planeja sequestrar a princesa só para... Bem, sei lá, talvez para pedir resgate. O que interessa é que eles planejam sequestrar a princesa bem no momento da peça de teatro. Esse grupo de pobres-almas tem em seu elenco um jovem estranho com rabo de macaco chamado Zidane:


Tem outros carinhas também, mas é muita gente e não pretendo perder muito tempo descrevendo gentinha sem importância. Saiba que são um grupo bem grande. Bem, após conseguir invadir o castelo de um jeito bem estranho, eles encontram a própria princesa tentando fugir. Bela coincidência. Ela se junta aos seus sequestradores e eles tentam fugir usando um dos navios em que se passava a cena da peça. Só que o capitão das forças armadas e cavaleiro pessoal de defesa da princesa Garnet, de nome Steiner, consegue entrar no navio junto.


Como se a presença dele no navio já não fosse inusitada o bastante, um outro ser totalmente nada a ver com nada e mero espectador da peça, acaba entrando no navio também, e se metendo na confusão. Essa pessoa é o mago negro Vivi.


E eles teriam conseguido escapar se não fosse o Scooby... Quer dizer, se a Rainha Brahne não tivesse mandado bombardear o navio. Isso acaba destruindo-o e derrubando-o na floresta a poucos quilômetros dali.

O problema é que a floresta se chama Floresta Maligna, e por um motivo: ela é amaldiçoada. Ela acaba se petrificando, do nada, e um dos membros do grupo de ladrões de Zidane acaba virando pedra. Eles ignoram o fato e saem andando, mesmo.
Steiner quer levar a princesa de volta para Alexandria, mas Garnet quer conhecer o mundo e rever seu tio Cid, em Lindblum. Zidane a acompanha como uma questão de proteção, e Vivi vai com eles simplesmente por não ter mais nada o que fazer da vida. Assim, o grupinho feliz de quatro integrantes decide seguir viagem pelo mundo. Garnet decide mudar seu nome provisoriamente para Dagger, com a intenção de não ser reconhecida como a princesa, apesar de que Steiner insiste em chamá-la de "Princesa" a cada cinco minutos.
Eles acabam chegando ao vilarejo de Dali, onde descobrem uma máquina estranha que faz névoa. Mas não é névoa comum, é uma névoa espessa que alimenta a maldade no coração das pessoas. Além disso, tem uma máquina ainda que usa essa névoa para produzir magos negros sem alma com a única intenção de servirem como arma. Vivi não fica nada feliz em saber que ele é uma criação de uma máquina. E o grupo fica ainda mais confuso ao descobrir que esses magos negros produzidos para destruição pertencem a Alexandria.
O grupo segue em frente, mas são constantemente barrados por alguns feiticeiros poderosos enviados pela rainha para reaverem Garnet a todo custo. O grupo acaba com eles em dois tempos, mostrando a total incompetência dessas que são consideradas "máquinas de morte".
Chegando a Lindblum, o grupo reencontra Cid, o governador da cidade. Só que ele foi transformado em um oglop (um inseto nojento) pela sua própria esposa, supostamente por questão de ciúmes.  Veja como ele ficou:


O grupo também conhece uma moça guerreira que tem parentesco e semelhanças com ratos. Ela se chama Freya, e ela viaja pelo mundo em busca de seu verdadeiro amor, um cara chamado Fratley.


Após passarem pelas festividades locais, eles descobrem que a cidade de Alexandria está atacando a cidade de Burmecia. Aparentemente, a Rainha Brahne quer dominar todo o continente. Como Freya é de Burmecia, ela se preocupa e decide ir para lá guerrear, e Zidane e Vivi, por não ter nada pra fazer de bom, decide ir ajudar. Dagger e Steiner voltam para Alexandria na tentativa de convencer Brahne a parar com a guerra. Mas ela é má, ela é cruel, e aprisiona a própria filha. A rainha deseja usar de magia negra para extrair os eidolons (seres mitológicos que as summoners são capazes de invocar em batalha) dela e usá-las na guerra.
Em Burmecia, quase tudo já está destruído, mas eles conseguem salvar algumas pessoas, que correm para a cidade próxima, Cleyra. O grupo ainda encontra a Rainha Brahne e uma de seus principais soldados, a general Beatrix.


Não se deixe enganar por esse rostinho angelical e belo dela: ela é uma guerreira fortíssima, e literalmente humilha o nosso grupo de marmanjos derrotando-os com um golpe só após fingir que estava morrendo com algumas pancadinhas. Ela os deixa viver só de pirraça e vai embora.
O grupo também encontra na área Kuja, um ser sem noção que se acha o tal e que trabalha para a Rainha Brahne sem nenhum motivo aparente além de desejar o caos e a destruição. Ele é afeminado, (passei metade do jogo achando que ele era fêmea), gosta de roupas bem gays e monta um dragão branco. Veja-o:


Kuja só ri da cara deles e vai embora deixando-os com cara de bunda. Sem outra alternativa, o grupo de perdedores fracassados segue para Cleyra, na tentativa de, quem sabe, impedi-los de destruir também esse local.
Mas é claro que os incompetentes não conseguem. Quer dizer: eles até tentam salvar algumas pessoas, refugiando-as em uma catedral. Até que chega a Beatrix e, mais uma vez, sozinha e com uma mão nas costas, ela acaba com todos eles. Ela rouba um dos cristais da cidade, afirmando que ele possui poderes especiais, e vai embora. Zidane, Freya e Vivi sagazmente pegam carona no teletransporte dela, e vão parar dentro do navio voador (invenção moderna da época) da Rainha Brahne.
Lá do navio, eles assistem de camarote enquanto Brahne usa Odin, um dos eidolons que ela roubou do corpo da Dagger, para obliterar Cleyra em uma explosão sensacional, muito semelhante à explosão atômica de Hiroshima.
Assim, o grupo consegue retornar a Alexandria. Eles conseguem resgatar a Dagger, mas são localizados. Beatrix, já cansada de ter que humilhá-los e derrotá-los de quinze em quinze minutos, decide ajudá-los a fugir, só para variar. Ela fica com Steiner e Freya enquanto Zidane, Vivi e Dagger fogem de bondinho subterrâneo.
Só que o bondinho apresenta problemas e eles acabam indo parar em uma colina. Por pura sorte, Dagger consegue seu primeiro summon ali no local, o tal Ramuh. Eles seguem de volta para Lindblum, mas, como eles só atraem azar, quando chegam lá o local está sendo atacado por outro eidolon que a Brahne roubou da Dagger, um chamado Atomos. Cid não consegue resistir e se rende, entregando a eles mais uma joia de poderes.

Bom, aí o grupo decide ir para outro continente, para encher Kuja de porrada, só porque ele parece um homossexual. Para tanto, eles pedem ajuda a um ser estranho que possui sexo indefinido chamado Quina.


Esse balofo bem estranho é um esfomeado cuja única intenção é sair pelo mundo saboreando toda a comida que ele conseguir engolir. Ele entra no grupo porque... Sei lá.
Chegando ao local, eles encontram uma pirralha mal-educada que não tem papas na língua, a pequena Eiko.


Apesar de criança, Eiko já é bem safadinha, e logo cai de amores pelo rabudo (no bom sentido) do Zidane. Só que ele tá mesmo a fim é da gatinha da Dagger, então ela morre de ciúmes e entra em depressão diversas vezes por causa disso. Eiko é a única sobrevivente do vilarejo de summoners Madain Sari, e, portanto, é uma summoner. Ela ama os moogles, e leva um deles dentro das suas roupas (eu falei que era ela safadinha).

Com Eiko recém-integrada no grupo, eles descobrem um vilarejo onde moram os magos negros recrutados por Kuja e desistentes. Lá, Vivi aprende mais sobre seu passado, descobrindo que é um ser idiota e sem alma criado em laboratório e com data marcada para morrer. Ele nem liga muito para essas descobertas. Então, eles decidem ir para Iifa Tree, uma árvore que cria a névoa que deixa as pessoas doidonas e com raiva uma das outras. Eles invadem Iifa Tree, derrotam os monstros que lá habitam e livram o mundo dessa névoa chata. Se bem que o mundo não mudou nada com isso.
Saindo do local, eles encontram Amarant, que é um mercenário contratado pela Brahne para matá-los. Vejam, esse é Amarant:


Zidane o desafia para uma batalha mano-a-mano, e ele aceita sem problemas. Ambos saem na porrada e Amarant perde. Ele pede que Zidane o mate, para evitar o sofrimento e a humilhação, mas Zidane o deixa viver e lhe dá a oportunidade de refazer sua vida. Amarant se sente comovido e, apesar de sentir muito ódio no coração, ele decide entrar no grupo.

Nesse ínterim, Brahne chega ao local e acusa Kuja de traição. Ela tenta matar Kuja usando seu eidolon mais poderoso, Bahamut, mas é aí que Kuja revela seu poder. Ele possui uma aeronave chamada Invincible que é capaz de controlar eidolons adversários, e ele consegue dominar Bahamut e usá-lo contra Brahne, matando-a e destruindo seu exército. Nesse momento, Kuja passa a ser o inimigo número 1 na listinha de Zidane e seus amigos.

Brahne morta, Dagger é nomeada rainha de Alexandria. Só que não há muito tempo para festas, uma vez que, logo no dia da coroação dela, Kuja aparece como o bom estraga-prazeres que é e decide destruir tudo usando Bahamut. Em um ato de desespero, Dagger e Eiko juntam suas forças de summoner e consegue invocar o summon lendário Alexander. Alexander derrota Bahamut. Só que, quando tudo parecia feliz para o lado dos mocinhos, eis que o pior acontece. Afinal, o bem sempre se ferra em Final Fantasy. Aparece um ser do nada chamado Garland, e ele se diz o futuro dominador do mundo. Vejam como ele é:


Só um aviso: esse Garland não possui nenhuma relação com o Garland que é o antagonista principal do primeiro Final Fantasy. Até porque o outro morreu. Porém, há muitas semelhanças entre eles, obviamente propositais, de modo a gerar essa comparação. Ambos são antagonistas, ambos são poderosos, ambos sentem raiva da humanidade por questões da natureza (a natureza é injusta, o mais forte vence sobre o mais fraco, entre outros papos manjados e blá-blá-blá), e ambos dominam os quatro demônios do caos. Mas as semelhanças acabam por aí.

Bom, Garland consegue usar seus imensos poderes para derrotar Alexander e de quebra ainda destrói boa parte de Alexandria. Kuja fica emputecido por ter perdido para um velho barbudo e decide derrotá-lo, mas, para isso, ele precisa entrar em reclusão e meditar.
Bom, Kuja ainda é o senhor malvadeza número 1 na humilde opinião de Zidane e companhia, então eles decidem se preocupar com ele, e não com Garland por ora. O grupo se reúne e arma uma engenhosa estratégia de ataque para conseguir resgatar Eiko. É claro que a estratégia não dá certo, e todo o grupo é aprisionado por Kuja. Kuja chantageia Zidane e o faz ir até um templo antigo para pegar uma joia para ele, prometendo libertar a todos. Zidane faz tudo o que ele pede e lhe entrega a joia, mas é claro que Kuja não cumpre a promessa. Se cumprisse, não seria o vilão malvado. Mas o grupo consegue escapar, e Kuja ainda consegue fugir também. Só que Kuja decide dar uma de Brahne e sequestrar a Eiko no caminho, com a intenção de retirar os eidolons do corpo dela, para ódio ainda maior da turma do bem.
O grupo segue Kuja e seus soldados até o monte Gulug. Eles reencontram Eiko, só que ela na verdade nem precisava de ajuda. Ela foi salva pelo próprio moogle dela, que virou um eidolon chamado Madeen. Kuja aprende sobre os usos de Trance, e decide aprender a usar isso também, esquecendo da Eiko e deixando o grupo resgatá-la. Antes de ir embora, ele revela a existência de um outro planeta chamado Terra. Ainda na base, o grupo da amizade consegue resgatar também Hilda, a esposa de Cid. Como foi ela que o transformou em oglop, ela é capaz de desfazer o feitiço, então ela o transforma novamente em ser humano. Cid ficou assim na forma humana:


Agora que Cid está de volta à sua forma normal, ele pode voltar à sua função habitual, que é a de projetar navios voadores. Ele consegue desenvolver um super navio voador que o grupo pode finalmente usar. O grupo também consegue um portal para o planeta Terra (não, ainda não é o nosso planeta Terra).

Chegando ao local, eles encontram dezenas de pessoas com rabo e cabelo loiro, idênticas a Zidane. Zidane então percebe que ele mesmo veio do planeta Terra. Batendo um papo com os locais, Zidane descobre que ele não é um ser vivo normal: ele foi criado, fabricado para ser um guerreiro a serviço do mal, ou melhor, da Terra. Terra é um planeta fraco, com um período de vida pequeno. A única forma de Terra sobreviver é engolindo outros planetas. Para isso, de tempos em tempos, guerreiros são criados para dominarem planetas vizinhos da Terra. Zidane foi criado assim. Não só Zidane, aliás, como o Kuja também. Basicamente falando, Kuja e Zidane são irmãos de criação.
E você se pregunta quem os criou? Ora essa, foi o próprio Garland. Garland é o senhor da Terra, e o criador dos guerreiros. Sua maior intenção é dominar Terra e engolir Gaia. O grupo então tenta impedi-lo, e luta contra ele. Mas não é que eles conseguem derrotá-lo? Eles enfraquecem Garland, apenas por tempo bastante para Kuja aparecer e dar-lhe um chute no traseiro, derrubando-o de uma plataforma bem alta. Mas, antes de Garland morrer, ele revela a Kuja que é mortal, ou seja, foi programado para morrer quando Zidane chegasse à fase adulta. Ou seja, ele está praticamente com os dias contados. Kuja não gosta nada disso, e resolve liberar sua raiva no pobre planeta Terra, destruindo-o. O grupo consegue tirar os habitantes da Terra a tempo, levando-os de volta a Gaia.
Agora que Kuja voltou a ser o vilão número 1, a alma de Garland guia os nosso heróis carismáticos até um local estranho chamado Memoria. Esse local mantém as memórias de todos os acontecimentos da humanidade, desde sua criação até os dias de hoje. É aqui que se encontra o cristal que governa a sociedade, cristal esse que Kuja quer destruir. O grupo encontra Kuja e o enfrenta mais uma última vez. Bem, só para variar, eles perdem mais uma vez... Kuja humilha todo mundo dando uma aula de como se luta, e, no final, dá um fatality... Quer dizer, um Ultima. Ele derrota todos os membros do grupo (até os que não estavam na batalha) e de quebra destrói o cristal que mantém a vida. Ou seja, ele conseguiu acordar Necron, o deus da morte que veio para destruir a humanidade.


Aí, quando tudo parecia perdido, quando tudo o que restou foi a esperança, eis que um milagre aconteceu. Alguns integrantes deram suas últimas forças para reviver os outros membros da equipe, e eles tiveram a chance de uma última batalha contra Necron. O mais correto, pelas leis da natureza, seria eles perderem, já que perderam para Kuja e Kuja é inferior a Necron. Mas, como Final Fantasy é apenas um jogo e o jogo não faz muito sentido, eles conseguem vencer Necron e salvar a humanidade de uma vez por todas.

Fim da missão, todos decidem ir embora felizes da vida. Tá. Só que Zidane, contrariando toda a equipe, decide resgatar Kuja. Sim, ele quer salvar o filho-da-mãe que tentou matá-los dezenas de vezes, só porque é o irmãozinho dele. Ele até consegue chegar onde está Kuja, mas ele está enfraquecido demais, e não consegue mais se mover. Ambos são esmagados pelos destroços do local em destruição.

Anos se passam desde o incidente e todos ficam tristes com a morte de Zidane. Alexandria é restaurada e mais uma peça acontece em prol de um aniversário da rainha Garnet (caramba, eles ainda não perceberam que ela odeia essa peça?). Em meio à peça, aparece um personagem misterioso, disfarçado com um capuz negro. Quem seria ele? Quem, quem? Ora, mas é claro que é o Zidane. Você já viu um protagonista de Final Fantasy morrer no final? Isso não existe. Zidane volta, Dagger corre até ele, que o abraça, e ele finalmente diz que a ama e tal. Quando ela pergunta como ele conseguiu sobreviver e porque ele demorou tanto, ele desconversa e fala umas coisas meio sem sentido que é uma mistura de: "Ah, eu não posso morrer sem você", "Eu tinha que voltar para junto de você" e "Tava resolvendo umas parada aí". Ambos se beijam e fim. Afe, que história longa.

Sobre o jogo

Vai, convenhamos, não seria muito difícil fazer de Final Fantasy IX um sucesso. Seria o último jogo do console Playstation e havia muita expectativa a respeito desse game. Ele estava hiper comentado e todos os fãs estavam enlouquecidos por ele. Bastaria a Square fazer a mesma coisa que fez com o VII e o VIII, por exemplo, e pronto, o game venderia horrores e todos nós teríamos excelentes lembranças desse game por toda a eternidade. Só que a Square não é o tipo de empresa que faz "mais um game". Ela gosta de produzir algo que seja magnânimo o bastante para que todos fiquem boquiabertos. E aí, a Square tentou produzir não mais um Final Fantasy, mas um que fosse considerado o melhor de todos. E eis que ela conseguiu, ora essa.
Final Fantasy IX é uma viagem sensacional pelo universo Final Fantasy. Ele deixou de lado totalmente o que marcou os dois games anteriores no console (personagens realistas, um ambiente futurista e preocupação com o meio-ambiente) para fazer uma volta às origens. Ao jogar esse game, a associação imediata que vem à cabeça dos fãs é justamente aqueles primeiros games da série, lá no Nintendo. O jogo voltou à idade média, à era em que motores a vapor eram a maior invenção, e nos trouxe aquelas histórias de cavaleiros, reis, rainhas e princesas que todos nós adorávamos ouvir antigamente. FF IX possui uma história que retorna às suas origens, esclarece algumas dúvidas que ficaram pendentes em outros games, e fecha toda a saga por completo. Não que o game seja uma continuação direta de algum outro game, não, de forma alguma, mas ele possui todas as raças e os elementos que mais gostamos de ver. Um prato cheio para os fãs aficionados por Final Fantasy olharem e dizerem: "Caraca, eles colocaram isso de volta! E aquilo! Que demais! Esse é o melhor Final Fantasy ever!" E eles não estão mentindo.
Quem nunca jogou um Final Fantasy na vida vai adorar jogar esse game. Será uma primeira experiência maravilhosa. Porém, quem já jogou outros Final Fantasies (de preferência os três primeiros da franquia) vão ter uma experiência ainda maior, porque vão entender melhor as jogadas no enredo e vão compreender melhor alguns fatos que ficaram em aberto, como a ligação entre os mundos dos diversos games da franquia, por exemplo.
Bom, vamos para o jogo em si. Assim como em todos os outros da série, controlamos um grupo de personagens e navegamos por um mundo aberto. No começo, o mundo aberto não está disponível, mas não demorará muito até ter um vasto planeta com quatro continentes cheios de lugares para ir. A não-linearidade do jogo foi mantida, e digo mais, aumentada. Enquanto navegamos pelo extenso mundo aberto, podemos girar a câmera, mudar a perspectiva, ou abrir um mapa para podemos nos orientar melhor. Ah, claro, também podemos entrar nas cidades, cavernas e dungeons.
Dentro das cidades, podemos conversar com os outros moradores, para adquirir conhecimentos, entender melhor a história, ou simplesmente interagir. Podemos entrar nas casas, abrir baús, dormir em hospedarias, e entrar em lojas para fazer compras. As lojas agora se resumem a três tipos: loja de itens, loja de equipamento e lojas de síntese de novos equipamentos. As lojas de síntese nos permite combinar dois equipamentos em um que seja melhor. Por isso, vale a pena manter alguns equipamentos mais antigos, nem que seja para fusioná-los mais para a frente no jogo, ou para manter uma habilidade não aprendida em mente.
Qualquer jogador de Final Fantasy logo reconhecerá os itens e equipamentos usados, que são mundialmente famosos. As potions, usadas para encher HP, os ethers que curam MP, os phoenix downs que resuscitam os mortos, os antidotes que curam veneno, echo screens que curam silência, entre outros, está tudo aqui. Caso não conheça algum item, não tem problema: há um extensivo sistema de descrições que pode acionar a qualquer momento e, que irá lhe responder todas as suas dúvidas de imediato.
Final Fantasy IX introduziu um sistema de exploração que eu, pelo menos, aprovei e achei o máximo: o Field Icon. Funciona assim: você vai andando pelos cenários, e, sempre que localizar alguma coisa que possa ser melhor explorada, aparece um balão de "?" sobre a cabeça do personagem. A ideia é simples, e serve para não nos perdermos nos gráficos pré-renderizados dos cenários. Às vezes quando entramos em uma parte em que a câmera não foca, poderíamos ficar perdidos se não fosse por esse item e pela mãozinha que aparece quando apertamos SELECT. Só que ele Field Icon possui uma função muito mais interessante: encontrar itens. Nunca, na história da franquia, foi tão divertido explorar os cenários atrás de itens. A Square se deu ao trabalho de esconder muitos itens especiais em locais de difícil acesso, escondidos mesmo. O jogador não precisa ficar explorando e procurando itens, mas, se ele o fizer, irá conseguir muitos itens raros, armas excepcionais e outros itens especiais. Às vezes, podemos encontrar itens únicos que só poderão ser adquiridos novamente depois de muito tempo. Outras vezes, localizamos itens que podem ser trocados por dinheiro ou entregue para realizar side quests. De fato, vale muito a pena perder alguns minutos explorando cada cantinho do cenário em busca do máximo de itens que pudermos encontrar.
Lembra dos moogles, os seres fantásticos que parecem bonequinhos de pelúcia com pompons na cabeça, que fazia tempo que não apareciam na série? Eles estão de volta, e com a mais nobre das missões: são eles que salvam o jogo. Caso queira salvar o jogo ou usar um tent para recuperar um pouco de HP ou MP, basta procurar um moogle e ele abrirá seu livrinho. Alguns moogles ainda podem vender itens básicos. Além disso, os moogles agora possuem nome, e você pode conhecer cada moogle individualmente. Eles gostam de enviar cartas uns para os outros (uma side quest chamada Mognet Central), e você pode servir para carteiro para levar cartas de uns para os outros, conhecendo vários deles melhor. Eles também recebem cartas endereçados aos nossos personagens, e nos entregam em momentos chaves.
Também está de volta os chocobos, nossas montarias penosas com cara de galinha. Tube bem, eles não estavam sumidos, mas estão presentes, e com mais intensidade do que nunca. Você nunca passará tanto tempo sobre chocobos quanto nesse game. Um meio de transporte rápido e seguro, além de confiável, que lhe permitirá explorar melhor cada localidade. Para chamar um chocobo, só o que tem a fazer é ficar sobre um sinal que contenha as pegadas dele e usar um item chamado Gisahl Greens. Simples assim, nada de batalhas ou coisas mais complicadas. Novamente, enquanto estiver sobre o chocobo, não sofrerá com batalhas randômicas inoportunas. Mas essa não é a única vantagem de se ter um chocobo. No início, seu chocobo não poderá fazer nada, mas, futuramente, poderá evoluir seu chocobo, e dar a ele novas habilidades. Ele será capaz de escalar montanhas, nadar em águas mais profundas, cruzar oceanos e até voar! Será o mais perfeito meio de transporte do jogo. Para evoluir seu chocobo, terá de participar de um criativo e empolgante mini-game que é uma caça ao tesouro. Chegando a locais específicos, poderá escavar atrás de mapas de tesouro. Aí, seguindo as pistas contidas no mapa, poderá ir atrás de tesouros incríveis, contendo sempre itens valiosíssimos e, muitas vezes, únicos. Esses itens apenas podem ser conseguidos com chocobo, por isso vale a pena usá-los e muito. Além disso, o chocobo também aprenderá a arrebentar quebradiços em pedras, mergulhar ao fundo do oceano e voar em grandes altitudes, também para pegar mais e mais tesouros. É a volta triunfal dos chocobos!
Agora, vamos falar das batalhas. Elas continuam como sempre foram. A princípio, através de batalhas randômicas enquanto estamos andando pelo mundo aberto ou dentro de dungeons (uma chatice que ainda perdura na série). Também tem as batalhas programadas contra inimigos em específico e as batalhas contra chefes, como em outros games. E as batalhas também mantém o mesmo formato. Será por turnos, e por menus. Uma barra de Active Time se enche com o tempo, e, quando ela se encher, poderá realizar uma ação. Pode atacar ou usar uma magia, uma habilidade, enfim, o que quiser. Cada personagem possui um estilo de jogo, e comandos próprios que já são bem conhecidos pelos amantes da franquia. Os ladrões são os únicos que podem roubar itens. Os magos negros possuem poderes de ataque, os magos brancos possuem poderes de defesa, os magos azuis possuem poderes adquiridos dos inimigos, as summoners podem invocar monstros (aqui chamados de eidolons), e assim por diante. Poderá reconhecer facilmente os cavaleiros, os guerreiros, os monges e etc., bem como nos primeiros jogos da franquia, apesar de o sistema de classes não ficar específico. Até mesmo vários poderes permanecem inalterados.
Aliás, uma palavrinha a mais sobre os eidolons: eles continuam lindos. Só que estão muito pouco funcionais nesse game. Os eidolons estão bem menos apelões nesse game do que em outros games anteriores, e não são uma peça fundamental mesmo na batalha contra chefes. Eles perderam seu papel de essenciais para balancear mais o jogo, e não sei dizer se isso é bom ou ruim. Como estava acostumado a ver os summons arrebentar em outros games, fico levemente decepcionado ao perceber que eles perderam um pouco do seu impacto, apesar de continuarem úteis. Eu, por exemplo, deixei de usá-los por ter acabado até me esquecendo deles. De tanto que eu não os usava. Agora, caso queira vê-los, eles continuam aqui, e mais belos do que nunca. Poderá reencontrar Bahamut, Shiva, Odin, Ifrit, Leviathan, entre muitos outros, todos os seus adoráveis seres mitológicos baseados na mitologia arábica.
Como sempre, ao vencermos as batalhas, adquirimos cinco coisas: Gil, que é o dinheiro usado no jogo, experiência, que é usado para que os personagens passem de nível e fiquem mais fortes, Ability Points, que são pontos que são usados para se aprender novas habilidades, espólios, que são itens recebidos, entre poções e equipamentos, e por fim cartas. Isso mesmo, cartas de jogo, que podemos usar para jogar um dos mais legais e viciantes mini-games do jogo, o Tetra Master. Trata-se de um jogo de cartas bem original em que o objetivo é dominar as cartas do oponente. Há diversas pessoas que podemos desafiar para uma partida no jogo, e uma coleção enorme de cartas que podemos conseguir. Enfim, todos esses itens podem ser adquiridos ao fim de cada batalha.
O sistema de habilidades não pode faltar, e está de volta, mais simples do que nunca. São várias habilidades que podem ser ensinadas aos personagens através dos equipamentos. Por exemplo: você tem um anel que ensina Auto-Reflect. Para ensinar esse poder, basta equipar esse anel em algum personagem que possa aprender essa habilidade. Fazendo isso, Auto-Reflect estará na lista de habilidades. Para habilitá-la ou não, precisará selecioná-la, atribuindo a ela cristais azuis. Esses cristais azuis são limitados, e você ganha um cristal a cada nível que passa. Mas são retornáveis: você habilita uma habilidade, e se, depois, não quiser mais essa habilidade, você pode desabilitá-la e conseguir os cristais de volta para fazer outra coisa. Além disso, conforme adquire Ability Points, esses pontos são usados automaticamente para "decorar" todas as habilidades que você possui. Depois que a barra se encher e conseguir AP suficiente, seu personagem irá decorar aquela habilidade, e pronto. A partir desse momento, não precisará mais estar com aquele anel para usar Auto-Reflect, e poderá trocar por outro equipamento (de preferência, um outro equipamento que ensine alguma coisa). Todas as habilidades do jogo (com exceção das blue magics, que são adquiridas dos inimigos) podem ser aprendidas assim.
Com esse novo sistema de habilidades, os equipamentos passam a possuir uma função ainda mais interessante no game. Os equipamentos possuíam, até então, duas utilidades: fornecer aprimoramento físico, nos atributos do personagem, e fornecer atributos extras. Ou seja, você podia usar um elmo específico em uma batalha contra um chefe, não porque ele fosse o mais forte, mas porque ele permitisse a seu personagem ser imune a envenenamento, por exemplo, ou que absorvesse ataques de fogo. Agora, além dessas duas utilidades, você pode usar os equipamentos para aprender novas habilidades. Então, fazer coleções com diferentes equipamentos se tornou mais importante do que nunca, não só para ficar mais forte ou possui novos atributos, mas também para aprender novas habilidades. Levando em consideração que algumas habilidades só podem ser aprendidas por certos personagens, nunca foi preciso tanta estratégia só para se aprender uma habilidade.
Em contrapartida, Final Fantasy IX fornece menos liberdade para a tomada de decisão com relação ao desenvolvimento de seu personagem. O próprio jogo já define a classe de cada personagem, e cabe a você conviver com isso, e uni-lo à sua estratégia. Ao invés de se preocupar em escolher uma classe para cada personagem (como em outros games da franquia), as classes já vem impostas, e você pode escolher usá-las ou não na sua equipe. Você pode fortalecê-las cada vez mais, e vale a pena procurar conhecer os pontos fortes e fracos de cada classe para saber quando usar um ou outro. As estratégias são quase infinitas: cabe a você formar a sua e seguir em frente. Se estiver tendo dificuldades, sempre pode treinar em algum local e avançar alguns níveis para aprender mais habilidades e ficar mais forte.
Enfim, o jogo tem muita coisa para fazer. São tantas cidades, tantos dungeons, tantas sub-missões, tantos mini-games e tantos itens secretos para se fazer que dá para se passar horas e horas fazendo coisas que não tem nada a ver com a história do jogo. Só para se divertir mesmo, e conseguir completar o máximo do jogo. Até porque seremos recompensados por isso, recebendo equipamentos e itens. De fato, Final Fantasy IX é o tipo de game que foi feito para ser apreciado, enquanto obra de arte, e enquanto um mundo novo e inexplorado. Não tenha pressa em jogar o jogo e fechar. Divirta-se. Permita-se levar pela história, e curta cada momento do jogo, pois cada momento é único, e deixará saudades.
Enfim, com alguma coisa nova aqui, outra ali, e muito sentimento de nostalgia e retorno às suas origens, eis que esse jogo possui o que há de melhor na franquia Final Fantasy. Não é à toa que esse é o jogo da franquia mais elogiado pela crítica da história, e considerado até hoje como um dos melhores RPGs já feitos. Não é o mais vendido, mas o que possui o maior coração e o mais Final Fantasy como jamais será feito igual.

Minha análise do jogo

Gráficos
Vou tentar resumir aqui: a Square sempre soube fazer gráficos bonitos; em diversos de seus games no Playstation ela cansou de provar que manja muito de poderio gráfico. Tá, agora entenda que esse game possui um dos melhores gráficos do Playstation. A Square se superou, e mostrou que o console é capaz de fazer gráficos ainda mais absurdamente lindos do que os de todos os seus outros games. Ela se superou em todos os quesitos: a concepção dos cenários, a animação dos personagens, o realismo das cenas e o brilhantismo dos CGs: está tudo ali, e melhor do que antes. O time de artistas responsável por essa tecnologia toda foi de dezenas de pessoas, mas lideradas pelos três mestres da Square: ninguém menos do que Hideo Minaba, Shukou Murase e Toshiyuki Itahana. Tinha como dar errado? Não tinha, né? Bom, se você ainda não viu esse jogo e acha que os gráficos do Playstation não tem como ficarem melhores, é só dar uma olhada. Diante de tamanha perfeição, fica dúvidas se a equipe levou realmente apenas 17 meses para ficar pronto. O empenho da Square em realizar os melhores gráficos possíveis ultrapassam nossas imaginações, e foi, claro, máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Som
Bom, o compositor que compôs as músicas de Final Fantasy IX foi o mesmo Nobuo Uematsu que realizou um excelente trabalho em todos os games da franquia, desde seus primórdios. Ninguém sobre a face da Terra pode afirmar que ele é um profissional com qualidade menor do que o extraordinário ou que ele produz as músicas sem sentimento. Ele não fez músicas ruins para Final Fantasy IX, pelo contrário. As músicas mantém um padrão de excelência. Só que ele reduziu um pouco o ritmo. As músicas de Final Fantasy IX são excelentes, porém, não tão excelentes quanto se poderia esperar. Uematsu criou músicas tão fantásticas para o VII e o VIII que todos esperávamos muito, mas o resultado ficou fora de seus padrões. Algumas composições chegam a até enjoar depois de se ouvir durante um certo tempo. Ficou um trabalho bom, mas longe de estar entre seus melhores trabalhos. Como o jogo não possui trabalho de dublagens, e os efeitos sonoros são muito pouco participativos no game, o foco de todo o empenho sonoro do jogo recai sobre as obras de Uematsu, e esse game não está na minha lista dos meus preferidos no quesito desempenho sonoro. No todo, eu avalio o empenho da Square (e consequentemente de Uematsu) no quesito som desse game apenas como considerável.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Jogabilidade
RPG é RPG: sua jogabilidade se resume a como as batalhas se desenvolvem. Nesse quesito, não tem fórmula mágica: Final Fantasy possui seu estilo próprio de batalhas que funciona bem e que não dá para se mudar muito. Batalhas por turnos, coisa simples, máximo de quatro personagens no grupo, (um retorno às origens) e o resto se baseia em estratégias fechadas contra inimigos mais poderosos e contra chefes. Saber perceber as fraquezas do oponente e contra-atacar com magias e ataques eficientes é primordial. Preparar-se pré-batalhas, com equipamentos corretos, as armas adequadas e tudo o mais também faz a sua parte, e é aí que os fãs de Final Fantasy vão se deliciar com esse game. Tudo ficou muito simplificado, e o sistema de habilidades, que já é bem conhecido da série, foi um pouco aperfeiçoado e está bem funcional. Nada que seja extraordinariamente inovador, mas é tudo o que o jogador queria para se sentir à vontade e ter a sua liberdade garantida para montar a sua estratégia preferida e se divertir. O jogador pode de fato selecionar quaisquer jogadores que quiser, os seus preferidos, e treiná-los para serem os melhores. Ele não é obrigado a seguir sempre a mesma estratégia: o jogo permite uma infinidade de estratégias. E, quando se trata de um RPG, é isso que importa. A movimentação fora de batalhas, explorando cidades atrás de itens e até mesmo o mundo aberto, tudo mantém o mesmo padrão de qualidade. Então, no quesito jogabilidade, empenho máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Diversão
A fórmula de Final Fantasy para trazer a diversão é muito simples, mas ainda assim sempre funciona: fazer o jogador se esquecer de que está jogando um game. As cenas são tão impressionantes que nos vemos apreciando cada detalhe do jogo, e procurando mais e mais conhecer a fundo a história. Em cada cidade que visitamos, conhecemos mais pessoas, e nos deparamos com novos desafios. Para mudar um pouco o foco do jogo nos combates, o jogo nos oferece muitos e muitos mini-games, e alguns estão na minha lista de melhores mini-games de todos os tempos. O jogo incentiva o jogador a realmente se divertir, e não levar o jogo tão a sério. Essa é uma proposta muito interessante. Basicamente, Final Fantasy IX se resume em dungeons, chefes e mini-games esporádicos que aparecem aqui e ali. Tudo parece lindo e maravilhoso, e seria, se não fosse por um único detalhe: o excesso de encontros randômicos. Sejamos sinceros: depois de um tempo, o jogador já não aguenta mais enfrentar um monstro a cada dez passos. Principalmente nos dungeons maiores e mais complexos. Lá estamos nós, desbravando o local, procurando resolver um quebra-cabeça ou encontrar a saída de um labirinto, e puf, aparecem monstros chatos e enfadonhos que já encontramos centenas de vezes. Enche o saco, principalmente na segunda metade do jogo. Eles poderiam ter pegado mais leve com esses encontros randômicos, e teria ficado melhor. Por isso, digo que o empenho da Square com a diversão pecou por esse motivo, mas se mantém excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Longevidade
Suponhamos que você queira apenas completar o jogo, o mais rápido possível. Não é possível ser assim tão rápido porque precisará dedicar algum tempo para treinar, para desenvolver suas habilidades e se preparar para chefes, entre outras coisas. Mas mesmo assim, se se dedicar apenas àquilo que é necessário para fechar o game, poderá fazê-lo em algo em torno de 35 horas. Já é bastante coisa, não é? Certo, mas você terá conquistado apenas a superfície do oceano de coisas para fazer. Isso porque, a cada passo que você dá, você descobre mais e mais coisas para fazer. São mini-games, são sub-missões, side quests e jogos aleatórios que farão você dedicar muitas e muitas horas só para cumpri-las. Há tantos tesouros escondidos para comprar e torneios a se vencer que um jogador que queira conseguir tudo o que é possível ser feito, sabendo o que tem de se fazer, é claro, poderá levar mais de 50 horas tranquilamente. Se não souber o que fazer (e não estiver seguindo nenhum tipo de detonado), pode contar pelo menos umas 60 horas aí. E sabe qual é o melhor? Você será recompensado devidamente por quase tudo o que fizer! Não são apenas detalhes que não nos ajudam em nada; cumprindo algumas side-quests, você consegue armas excepcionais e itens valiosos que irão lhe ajudar nas missões habituais, ou seja, uma mão lava a outra definitivamente. E o jogo não acaba quando termina. O final é só um adjetivo: há muito mais coisas que você pode fazer mesmo quando já estiver disposto a enfrentar o último chefe. Só para ter uma ideia, há chefes no jogo que são opcionais e são cinco vezes mais difíceis de se matar do que o último chefe do jogo. Ou seja: mesmo que já esteja forte o bastante para fechar o jogo, isso não quer dizer nada, porque o maior desafio do jogo está longe disso. Um jogo para se jogar por meses e ainda ficar com a sensação de que não fizemos tudo o que dá para ser feito. O empenho com a longevidade foi o máximo possível.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Inovação
Se retornar ao melhor de uma franquia que tem mais de 13 anos (na época) é ser inovador, então esse game mandou bem. Só que não é. Final Fantasy largou o estilo que vinha sendo categorizado desde o VII, e mudou todos os seus princípios, tudo para se adequar a uma dinâmica de jogo que era muito usual nos consoles 8 bits. Foi uma alteração eficiente, tirou a ideia que o game seria apenas "mais do mesmo", e deixou os jogadores felizes. Mas para quem já curte RPGs há mais de 10 anos, não encontrará nada que não tenha sido feito antes. Mas não é que está exatamente como era feito antes. O princípio é o mesmo de uma década atrás, mas tudo foi reformulado e atualizado, feito para atender a um público diferente. Este é o diferencial, e aí está o motivo pelo qual esse game será diferente de praticamente todos os outros RPGs dispostos na atualidade. Para o console Playstation, então, isso é ainda mais formidável, pois ele possibilita que essa volta ao passado seja agradável e uma experiência inesquecível. Enfim, esse game não reformula e revoluciona os games da franquia, mas, se tratando de um RPG para Playstation, ele é tão inovador quanto poderia ser. O empenho da Square em realizar um game que fosse diferente de todos os outros disponíveis para o console só não é máximo porque o jogo ainda apresenta uma ou outra coisa que dá a impressão de dejá vu. Sendo assim, o empenho da equipe de produção da Square foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Soma Final: 26/30 (Excelente)

Em resumo: A Square fechou a franquia no Playstation com uma obra de arte. Uma biblioteca de referências a outros Final Fantasies, uma retrospectiva dos melhores elementos, reciclados e aperfeiçoados a ponto de parecerem novos e únicos, estão presentes e vão agradar tanto os novatos quanto os fãs de carteirinha das obras da Square. Uma obra para entrar no catálogo dos melhores RPGs já produzidos, e um jogo obrigatório para qualquer um que curta RPG.


Análises profissionais

A média pela Metacritic para Final Fantasy IX é 94/100.

Detonado em vídeo

Este detonado está completo, e comprimido em 16 partes. Ele mostra todas as animações e a resolução de todos os quebra cabeças. Além disso, ele mostra como cumprir várias side-quests, e também a localização de vários itens secretos, sem contar com dicas especiais para fazer dinheiro rápido e para derrotar os chefes mais difíceis de maneira simples. Vale a pena conferir.

Parte 1



Parte 2



Parte 3



Parte 4



Parte 5



Parte 6



Parte 7



Parte 8



Parte 9



Parte 10



Parte 11



Parte 12



Parte 13



Parte 14



Parte 15



Parte 16


E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário