sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ridge Racer

Esta é a análise de Ridge Racer, lançado pela Namco em 1994 para o Playstation.


Introdução

Muitos consideram Gran Turismo como o melhor game de corrida do Playstation (inclusive eu). Isso já é fato, mas a pergunta é: o que o jogo podia oferecer quanto ao quesito jogos de corrida, antes da chegada de Gran Turismo? Bem, antes de a Sony lançar sua obra-prima automobilística no console, nós jogávamos games como Ridge Racer e Need for Speed. Muitos já nem se lembram que o primeiro Ridge Racer foi lançado junto com o console Playstation. E será que eles eram bons simuladores de corrida? Vamos ver isso nessa análise:

RIDGE RACER


Informações técnicas

Publicado por: Namco
Desenvolvido por: Namco
Gênero: Racing

Plataforma: Arcade, Playstation
Data de lançamento: 3 de dezembro de 1994
Faixa etária: Everyone

Sobre a história

Ei, é um jogo de corrida. Não espere ter história nenhuma aqui.

Sobre o jogo

Antes de qualquer coisa, vamos acertar essa questão de simulador de corrida. Ridge Racer não é um simulador de corrida. Até porque, nessa época, eles nem existiam! O verdadeiro, o puro, o real gênero simulador de corrida nasceu com Gran Turismo. Antes dele, o que havia era alguns games de formato arcade que tentavam, bem por alto, inserir algumas características mais realistas aqui e ali. E Ridge Racer é um deles.
Ridge Racer é um jogo de arcade. Ele foi planejado para arcade, projetado para arcade e feito para arcade. Ele não foi pensado para o Playstation, ele simplesmente foi adaptado. E mais: ele foi lançado em 7 de outubro de 1993 no Japão, mais de um ano antes de ser lançado no console Playstation. Não podemos exigir tanto assim dele, por causa disso.
Sem contar que Ridge Racer foi lançado junto com o console Playstation. O console de 32 bits era uma plena novidade no mercado, e era difícil para as empresas explorarem o hardware fundo o bastante para poderem realizar grandes obras-primas. Seria demais esperar que a Namco pudesse revolucionar o console com seu primeiro lançamento feito para ele.
Agora, vamos falar sobre o game em si. O jogo começa com uma tela de loading que foi feito para ser uma homenagem a Galaxy. Basicamente, podemos jogar um mini-game de Galaxy, curto e simples, até o jogo começar. Então, vamos para uma tela onde podemos selecionar a pista em que queremos correr, o carro, a música que tocará na pista e se será com câmbio manual ou automático. A partir daí, É só correr. Após acabar a pista, aparecerá uma tela de Game Over e voltaremos para a tela inicial. Podemos escolher uma outra pista, um outro carro, uma outra música, e então correr novamente. E assim por diante.
Bem, são quatro pistas. Minto: só tem uma pista. São quatro desafios a serem percorridos, mas todos eles em apenas uma pista. Só varia o número de voltas e a velocidade máxima do percurso. O primeiro desafio é correr duas vezes com a velocidade máxima de 100 milhas por hora. O segundo desafio é correr a mesma pista, só que com três voltas e velocidade máxima de 125 milhas por hora. O terceiro desafio é correr na mesma pista com as mesmas 3 voltas e as mesmas 125 milhas por hora, só que com um trechinho a mais adicionado perto do final da pista. Por fim, o último desafio do jogo é correr a mesma pista, nas mesmas condições do terceiro desafio, só que contra um único carro super veloz. E é isso...
A princípio, só tem quatro carros à nossa escolha. Cada um possui suas características específicas, como aceleração, curva, velocidade máxima e tal, de modo a cada um possuir pontos positivos e pontos negativos. As variações são bem pequenas, então cabe ao jogador escolher o veículo que melhor se adapta ao seu estilo de corrida mesmo. Se o jogador gosta de acelerar fundo, vale mais a pena escolher carros mais rápidos, mas, se o jogador prefere ter o controle do carro mesmo nas curvas mais complicadas, terá de escolher carros com melhor direção.
Quanto à corrida em si, sem novidades. Os botões são os mais simples: acelerar, frear e mudar de marcha. A visão inicial do jogador é em primeira pessoa, mas ele pode mudar para a terceira pessoa com o apertar de um botão, ficando a gosto do freguês. A única pista do jogo é bem simples de ser percorrida. Ela é geralmente ampla, e suas curvas são largas o bastante para se poder dar emocionantes ultrapassagens estratégicas. Apenas a física não é muito realista. Bater nas paredes apenas irá reduzir um pouquinho a velocidade do carro, de forma bem irreal. Assim como bater em outros carros não irá adiantar muito: você irá perder velocidade, mas os outros veículos mal sofrerão com isso. Tudo isso é típico de games que priorizam a diversão à simulação realista, e tem como intenção atrair os iniciantes para uma jogatina.
Mas não pense que será assim tão simples: as primeiras pistas são mamão-com-açúcar, mas, conforme avança para os demais desafios (a pista é a mesma, de qualquer forma), vai se tornando mais e mais difícil ficar em primeiro lugar. Sem contar que as disputas um a um serão realmente desafios intensos que lhe manterão presos por tentativas a fio até que se torne um às do volante.
Mas o jogo infelizmente não é lá muito recompensador. Após fechar o jogo, que se consegue vencendo os quatro desafios iniciais, veremos um breve vídeo de apresentação do jogo e pronto. Podemos colocar nosso nome no ranking, marcar nossos melhores tempos, mas acaba aí. Até habilitamos quatro novos desafios, mas são apenas versões ao contrário das mesmas quatro pistas de antes. Bem desanimador, pelo menos para mim. Só o que resta é o carro secreto, que habilitamos quando vencemos o desafio final. Realmente, essa última corrida é a mais difícil do jogo inteiro, e o jogador precisará de muito treino para conseguir vencê-lo. Mas, mesmo assim, o jogo é bem curto, e o jogador pode fazer tudo o que é possível fazer em apenas um ou dois dias no máximo. Uma pena, até porque o jogo não possui um modo multiplayer! Fale a verdade: um jogo de corrida que não permite dois jogadores tem metade do conteúdo, não é mesmo?
Ah, e tem um truque que ficou muito conhecido na série. Lembra-se daquele mini-game do Galaxy que rola nas telas de loading? Então, ele parece um humilde mini-game, não é mesmo? Só que ele esconde um segredo: se o jogador conseguir eliminar todas as naves inimigas antes do loading acabar, sem errar um tiro e sem morrer, ele irá habilitar nada menos do que oito carros novos! Levando em consideração que esta é a ÚNICA forma de se habilitar esses carros secretos, o truque logo ficou famoso na comunidade gamer, e é uma marca registrada na série.

Minha análise do jogo

Gráficos
Não sejamos cruel demais com esse game: ele foi lançado juntamente com o console! A Namco teve apenas seis meses de prazo para efetuar uma transição convincente dos arcades para o console, e isso foi barra pesada. Comparando com os arcades, a transição foi perfeita. Os gráficos estão simplistas demais, com cenários quadradões e sem detalhes, e tal, mas ainda assim apresentam carros bem modelados, pelo menos. Tudo é colorido no estilão arcade, dando charme ao game. A questão é que todos nós sabemos que o Playstation é capaz de fazer bem melhor do que isso, e que a Namco talvez não tenha aprimorado por falta de tempo. Seja qual for o motivo, o empenho da Namco em realizar gráficos compatíveis com o console foi considerável, mas não passa disso.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Som
Aqui está uma coisa muito bacana, e um toque excepcional da Namco: não tenho como dar nota para o som do game. Posso até avaliar as quatro músicas que vem com o jogo, e tal, e dizer que elas são de excelente qualidade e passam todo o sentimento de estarmos naqueles velhos arcades acelerando com tudo. Posso ainda dizer que o som dos carros, a aceleração e as batidas estão bem feitos, e tal, sem problemas. Até a narração do locutor de vez em quando no decorrer da partida chega a animar. Mas a questão é mesmo a música. Se você não gostar das quatro músicas do jogo, você pode colocar um CD de música qualquer e ouvir suas músicas preferidas. Nada melhor do que correr ouvindo aquelas músicas que você curte, sejam heavy-metal ou rock progressivo. Fique à vontade. Por isso eu só posso dizer: essa ideia foi excelente, e eu torcia para que outros games pudessem oferecer a mesma experiência. Empenho máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Jogabilidade
Se Ridge Racer não é um simulador de corrida, com aquela precisão nas curvas, comportamento do carro hiper-realista e sensação de estarmos realmente no controle de um carro possante, o que ele oferece? A boa e velha jogabilidade simples dos games arcades, divertida e contagiante. É muito fácil de se pegar as manhas do jogo, e qualquer jogador iniciante começará a realizar boas curvas em poucos minutos. O jogo não chega a exigir tanto do jogador, de modo que é possível vencer algumas corridas mesmo que bata na parede ou nos outros carros repetidas vezes, e isso é um problema. Outra coisa é que os carros derrapam com facilidade fora do comum, e, uma vez que se comece a derrapar, torna-se quase impossível controlar o carro sem perder posições. Essa mecânica do jogo simplista demais chega a irritar depois de um tempo, pois começamos a querer poder controlar melhor o carro. Por isso, posso afirmar que o empenho da Namco em realizar uma jogabilidade empolgante foi mediano.
● Nota pessoal: 2/5 (Empenho Mediano)

Diversão
Bom, aí é que está o ponto alto do jogo. A diversão é o motivo pelo qual esse game foi feito, afinal. Ele pode não ter gráficos exuberantes, pode não ter muita variedade de pistas e de carros, pode não ter aquela jogabilidade inovadora, pode não ser um game para se jogar por semanas a fio, mas os poucos momentos em que passar jogando serão inesquecíveis. O jogo teve como foco a diversão mais pura, aquela que nós sentimos nos breves momentos após colocar uma ficha no arcade: e é isso que importa. Um passa-tempo ideal e acessível para qualquer jogador. É só pegar, escolher seu carro e se divertir! Sem enrolações ou dificuldades. Um jogo com foco para ser jogado por todos e a qualquer momento, e isso foi bem feito, ainda mais quando se pensa que os jogos foram se tornando mais e mais hardcores com o passar do tempo, e essa inocência dos arcades faz falta. Sempre é bom ter um game como Ridge Racer para espairecer depois de um dia cansativo! O empenho da Namco com a diversão do game foi máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Longevidade
Infelizmente, o maior problema do jogo é realmente esse: a longevidade. São apenas quatro carros a princípio, de um total de 13 carros. Só que oito desses carros só podem ser disponibilizados através de um cheat secreto dentro do game. Por quê? E tem também uma só pista no jogo. Tudo bem, você pode ampliá-la, e, após fechar o game, disponibilizá-la ao contrário, mas... Ainda é uma pista só! Qualquer um se cansa de andar repetidas vezes na mesma pista, vendo o mesmo cenário, nem que seja ao contrário! O jogo enjoa muito fácil, você pode fechá-lo em menos de uma hora (são apenas quatro corridas para fechar o jogo) e os extras não são convincentes. Talvez o jogador ainda continue jogando para habilitar o carro mais poderoso do jogo, mas acabará aí. Realmente, não tem nada que possa fazer um jogador querer jogar esse game por mais de um fim de semana, afinal, nem mesmo modo multiplayer ele possui. Uma pena. O empenho da Namco com a longevidade do game foi o mínimo possível.
● Nota pessoal: 1/5 (Empenho Mínimo)

Inovação
Uma adaptação dos arcades para os consoles sem grandes novidades. Ah, sejamos sinceros: a Namco teve a chance de trazer um game completamente novo. Tudo bem que, com o tempo extremamente reduzido que eles tiveram, não daria para fazer grande coisa, mas isso não é desculpa: nem mesmo um modo multiplayer eles se deram ao trabalho de trazer? A única coisa que difere o game dos arcades é que você pode salvar o jogo e manter as coisas que você desabilitou: e só. As mesmas pistas, os mesmos carros, tudo. Só que também temos de analisar que o game foi o primeiro do Playstation. Um dos primeiros games da história do console, e, é claro, o primeiro do gênero corrida. Foi um bom começo para a Namco; afinal de contas, ela inaugurou um console com um sucesso dos arcades. Não deve ter sido fácil fazer essa adaptação para um console, processar tudo para ser controlado por um controle, e tal. No quesito inovação, a Namco teve um empenho mediano apenas.
● Nota pessoal: 2/5 (Empenho Mediano)

Soma Final: 18/30 (Bom)

Em resumo: Ridge Racer foi o primeiro game de corrida do Playstation, e é uma cópia sem tirar e nem por do modelo dos arcades. A adaptação foi bem feita, e o estilão arcade foi bem vindo nos consoles caseiros, mas o jogo deixou a desejar em diversos aspectos para se tornar inesquecível. Ainda assim, o primeiro jogo da franquia Ridge Racer é um clássico que vale a pena ser jogado pelos fãs de jogos de corrida.


Análises profissionais

O Metacritic não possui uma média para Ridge Racer.

Detonado em vídeo

Este detonado é o mais completo disponível na internet, e mostra como percorrer os quatro desafios iniciais do game, inclusive com dicas de como realizar as curvas e qual carro escolher. O detonado está compactado em um único vídeo, e está em excelente qualidade. Divirta-se!

Parte única

E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.

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