domingo, 31 de julho de 2011

Dino Crisis

Esta é a análise de Dino Crisis, lançado pela Capcom em 1999 para o Playstation.


Introdução

Após o lançamento de Resident Evil, em 1996, uma enorme onda de survival-horrors chegou ao mercado, tentando se aproveitar da recente popularidade do gênero. A maioria deles não passava de uma cópia barata de Resident Evil. Até que, em 1999, a própria Capcom resolveu apostar em mais uma franquia do gênero survival-horror, e dirigido por Shinji Mikami, a mesma mente criadora de Resident Evil. O jogo seria lançado no mesmo ano em que seria lançado Resident Evil 3: Nemesis (apenas uns meses antes, na verdade), mas trouxe a proposta de ser inovador. Dino Crisis mantém a sua essência Resident Evil, mas, ao invés de zumbis lentos e animais mutantes, os inimigos seriam dinossauros. A ideia parece absurda, uma mistura de Retorno dos Mortos-Vivos com Parque dos Dinossauros, mas até que se tornou bem interessante.

DINO CRISIS


Informações técnicas

Publicado por: Capcom
Desenvolvido por: Capcom
Gênero: Survival-horror
Diretor: Shinji Mikami
Plataforma: Playstation
Data de lançamento: 1 de julho de 1999
Faixa etária: Mature

Sobre a história (contém spoilers)

A trama de Dino Crisis é muito semelhante ao que um jogador experiente já está acostumado a ver em outros survival-horrors. A diferença é que agora entrou dinossauros na conversa.
O ano é 2009. As pesquisas por novas fontes de energia se tornam cada vez mais populares e lucrativas. Diversas empresas pelo mundo todo tentam patentear uma nova a extraordinária fonte de energia para suprir a escassez recorrente. Entre os pesquisadores com maior potencial, está um americano chamado Edward Kirk. Veja-o:


Edward criou uma nova forma de energia que chamou de Third Energy. Essa energia seria revolucionária por ser de grande potencial, limpa e infinita. Porém, no meio de uma pesquisa, seu laboratório explodiu e ele morreu... Pelo menos foi o que ele fez todos acreditarem. Na verdade, Kirk simulou sua morte para poder trabalhar clandestinamente para o governo da Bórgia, que estava interessado em transformar a Third Energy em uma arma de destruição em massa. Tudo isso em troca de dinheiro e poder. Enfim, um vilão como outro qualquer.

Mas é claro que o governo americano não iria marcar bobeira com uma coisa dessas, afinal, eles possuem uma agência fundada só para investigar casos assim, a S.O.R.T. (Secret Operation Raid Team, ou Time de Invasão e Operações Especiais). Um agente espião da S.O.R.T. foi enviado para acompanhar as atividades suspeitas em uma ilha deserta chamada Ibis. Esse agente se chama Tom. Veja o Tom:


Tom consegue entrar disfarçado na ilha Ibis, onde Kirk trabalha na surdina, como um pesquisador. A ilha serve como uma base de pesquisa licenciada pelo governo, mas logo ele descobre que se trata de uma fachada, que eles estão fabricando coisas ilegais e que Kirk está vivo. Aí, ele perde contato.

É nesse ponto que a história do jogo realmente começa. Os Estados Unidos deram tão pouca importância ao caso que só mandaram um único esquadrão da S.O.R.T. para resolver, sem nenhum tipo de apoio. Trata-se de um esquadrão especial de invasão e resgate especialmente treinado composto por quatro agentes. Os quatro caem literalmente de para-quedas na ilha Ibis para ver o que está acontecendo. Vamos conhecer melhor esses agentes:


Esta é Regina, a bela ruiva que é a protagonista da história e a única fêmea no esquadrão. Ela é corajosa e sabe manejar armas leves e pesadas. Diferentemente de outras fêmeas que compõem a ala feminina de jogos da Capcom, ela é capaz até mesmo de empurrar coisas grandes como caixas.


Este é Gail, o loirinho mau-humorado e sem coração do grupo. Sendo o capitão do grupo, é mandão e prepotente. Gosta de dar ordens e é do tipo que acha que sua opinião tem de prevalecer sobre tudo. Adora mandar todos irem para lá e para cá. Só se preocupa com a missão a ser cumprida e não está nem aí se tem pessoas mortalmente feridas que precisam de ajuda ou não. Ele é útil no grupo porque, na hora do "vamos ver", ele é o primeiro a combater os inimigos. Ele salva a vida de Regina duas vezes no decorrer do jogo.


Este é Rick, o único afro-descendente do grupo. Ele é o especialista em informática e piadista do grupo, responsável por 100% dos momentos cômicos do jogo. Ele é do tipo "eu gosto de ajudar os outros". Extremamente humanitário e brincalhão, ele se preocupa com as pessoas, e, diferentemente de Gail, coloca a segurança de todos acima da própria missão. Por isso, suas decisões batem de frente com as de Gail a todo momento, e eles têm diversas discussões. Ele é útil na missão por saber operar os computadores, retirar travas de segurança, acionar satélites e tudo o mais.


Bem, esse aqui é o Cooper. Esse é o mais azarado de todos.Por sua incompetência em guiar um para-quedas, ou talvez por causa de um repentino golpe de vento, ele acabou sendo levado até um outro ponto da ilha, bem distante dos outros. Para piorar, ele cai bem ao lado de um Tiranossauro Rex. Ou seja, sua existência dura apenas alguns segundos, e ele morre antes mesmo da história começar.

O que eles não sabiam era que a ilha estava misteriosamente repleta de dinossauros. Parece que um acidente com a nova forma de energia criou um portal que trouxe dinossauros diretamente da era jurássica para os dias atuais. Por algum motivo, apenas alguns velociraptors, pterossauros, compsognatus, theizinos e um único tiranossauro rex conseguiram atravessar o portal. Nada de alossauros, estegossauros, triceratops ou outros mais famosos. Esses chegaram atrasado demais para pegar o portal aberto.

Ainda bem que o grupo foi fortemente armado, então eles conseguem se virar numa boa lá dentro. O grupo  sempre se separa, na maioria das vezes por culpa do Gail, que é antipático e acha que está sempre certo. Para Gail, a vida de todas as outras pessoas é desimportante, a menos que estejam a caminho da sua missão. Uma prova disso se mostra logo no começo, quando Cooper não consegue chegar até onde estão os outros, e Gail diz que não tá nem aí e ordena a todo mundo que siga em frente,.
Rick também tem a sua parcela de culpa. Ele não pode ver um computador que a preguiça bate e ele resolve ficar sentado, apertando teclas sem nenhum sentido, enquanto a Regina e o Gail têm de fazer o trabalho pesado metendo bala em dinossauros. Uma vergonha de agente, que não dispara a arma uma vez sequer o jogo inteiro. Rick é tão patético que, na primeira vez que ele se depara com um velociraptor, tem de ser salvo por um homem que já estava quase morrendo.
Regina não tem problema em seguir, na maioria do tempo, sozinha. Armada com uma pistola, ela é praticamente inofensiva em relação aos dinossauros, pois é preciso uns 20 tiros para matar cada um deles. Porém, ela sempre consegue se virar. Ah, e ela também aparece exercer uma atração especial pelo tiranossauro rex: onde quer que ela vá, ele vai atrás. Nem que ele tenha que pegar um elevador ou nadar em alta velocidade para chegar até ela.
Eles encontram Kirk várias vezes, mas ele sempre consegue fugir, e nós temos de ir atrás dele. O grupo ainda encontra Tom, mas ele já está morrendo mesmo, e não consegue sobreviver. No final, eles reencontram Kirk e conseguem fugir da ilha usando um veículo que depende das escolhas do jogador. O número de sobreviventes também depende unicamente da escolha dos jogadores: Regina pode fugir sozinha, assim como pode conseguir levar Gail, Rick ou Kirk com ela. No melhor final, todos os quatro saem felizes da vida, prontos para outra, e a base explode. Fim.

Sobre o jogo

É evidente que a Capcom queria desassociar Dino Crisis com Resident Evil para evitar comentários maldosos, mas, na verdade, isso é inevitável. O estilo de Dino Crisis é indubitavelmente um survival horror, com todos os elementos que tornaram Resident Evil um sucesso, sem exceção. Está tudo aqui: sustos, clima de suspense, cenário caótico, música horripilante, uma história com traições e muito heroísmo, só que com dinossauros ao invés de zumbis. Simples assim.
Como já foi dito, os inimigos da vez são os dinossauros. Prepare-se para encontrar velociraptors, pteranodontes, compsognatus, theizinos e também um temível Tiranossauro Rex à solta pela base, à procura de uma presa. A animação dos dinossauros está perfeita, bem realista. Eles são bem mais rápidos do que os zumbis e os inimigos convencionais de Resident Evil, e ainda costumam aparecer em bando. Eles são capazes de armar emboscadas para Regina e são eficientes em encurralar o personagem, exigindo cuidado redobrado. Eles cercam Regina, atacam com velocidade, mordem, imobilizam, arrancam a arma da mão dela, a derrubam no chão, a jogam longe e podem persegui-la por várias salas, abrindo portas e pulando grades. Em resumo: esqueça os monstros convencionais; dinossauros são muito mais perigosos.
Há duas dificuldades de jogo: fácil e normal. No fácil, Regina já começa com as três armas do jogo: uma pistola, uma espingarda e um lançador de granadas. Além disso, ela encontrará bem mais munição e itens medicinais que o normal, e também será mais resistente a danos, podendo ainda acabar com dinos mais rapidamente. Aconselho a começar pelo modo fácil, principalmente se não estiver acostumado com esse estilo de jogo, ou se estiver achando os dinos rápidos e cruéis demais. Depois, poderá jogar no modo normal, em que a Regina começa apenas com a pistola, e deve encontrar as outras armas pela base, como os survival-horrors convencionais.
Regina é uma oficial muito bem treinada, e sabe manejar armas de fogo muito bem. A Capcom incluiu novas habilidades que se adequam ao estilo de ação frenético do jogo. Afinal, se os comandos fossem iguais aos de Resident Evil 2, por exemplo, o jogador não iria durar nem um segundo se estivesse cercado por esses dinos. Regina é capaz de andar com a arma empunhada, o que é perfeito para não ser apanhada de surpresa. Isso permite a ela estar preparada quando um dino aparecer de surpresa pela janela, ou por cima da grade. Ela pode ainda recuar enquanto atira, por exemplo, uma tática bem usada contra raptors. Além disso, ela pode recuar enquanto atira, uma tática eficiente quando se está diante de um inimigo rápido e mortal como um velociraptor. Ah, sem contar que a mira é automática, o que também ajuda bastante.
Regina também pode virar-se imediatamente para trás, em 180º. Isso ajuda muito na hora de correr dos dinos. Se houver mais de um oponente na sala, ela pode trocar de alvo com apenas um botão,  o que também ajuda muito. Além disso, caso se sinta ameaçada, Regina pode usar alguns elementos do cenário para ajudar. Regina pode acionar o gás anti-incêndio para cegar os dinos enquanto ela corre. Ela pode (após um certo momento) ativar e desativar lasers de segurança, criando uma proteção contra os dinos. Ela também pode usar mesas e outros obstáculos como proteção, apesar de que os velociraptors conseguem subir nesses obstáculos.
Mas nem tudo são flores no game. Os dinossauros são excessivamente perigosos, mesmo com esses novos comandos que facilitam o combate. E são resistentes também. São necessários muitos tiros para se derrubar um único velociraptor, e as balas das armas mais fracas não causar nem mesmo cócegas nos raptors. Para se ter uma ideia, eles conseguem atacar Regina mesmo enquanto estão recebendo uma salva de balas. Por isso, o combate fica prejudicado, e se torna inviável. Mesmo em uma luta um-contra-um, Regina se encontra em muita desvantagem, principalmente no começo do jogo, e, se tentar enfrentar os dinos, com certeza se machucará muito, podendo até morrer rapidamente. Se estiver em desvantagem numérica, então, esqueça da batalha e saia correndo por sua vida. Isso porque estamos falando de velociraptors: espere para ver os outros dinos!
Sendo assim, fugir é a melhor solução, quase sempre. Aconselha-se que apenas enfrente os dinos se houver uma proteção , como um laser, por exemplo. Caso contrário, fugir é a melhor solução, a menos que esteja disposto a descarregar as armas mais poderosas. Lembre-se: os dinos podem desarmar Regina, e, se isso acontecer... Bem, não será nada bom. Eles podem derrubar Regina com a cauda, subir em cima e brincar com ela como se fosse uma boneca de carne. Eles matam com poucos golpes, antes que você perceba, então todo cuidado é pouco.
Mas há uma solução para isso, e muitíssimo bem pensada pela Capcom. Depois que Regina encontra a espingarda (no modo normal), ela pode disparar dardos anestésicos nos dinossauros, colocando-os para dormir. Há diferentes anestésicos. Alguns são tão fracos que precisam de três ou quatro disparos para fazer o velociraptor pelo menos cambalear. Outros são capazes de derrubar o dino por horas com apenas um disparo. Ah, e tem também um anestésico que é mortal: ele possui veneno, e basta um disparo para o dino dormir para sempre. Este é o mais raro de se encontrar ou fabricar, então guarde-o para os dinossauros mais difíceis. Ah, esse dardo de veneno não funciona, por algum motivo, contra o tiranossauro rex.
Os anestésicos podem ser encontrados prontos, ou, o que é mais comum, ser fabricados artesanalmente. Regina possui grandes conhecimentos de química, e é capaz de realizar misturas complexas entre diferentes soluções. Ela pode fabricar itens de cura e anestésicos dessa forma. Esse processo é bem complexo, na verdade. Em teoria, é simples: misture dois elementos e eles se tornam um único elemento, só que mais forte. O problema é que há uma infinidade de soluções diferentes, e o resultado nem sempre é o esperado. Dependendo da mistura que quiser, pode acabar transformando um anestésico em medicamente e vice-versa. Pode acabar desperdiçando material, ou fazendo uma coisa que nem queria. Nada que, com muitas tentativas e erros, se descubra uma fórmula, mas isso será uma dor de cabeça tão grande no começo que muitos vão se sentir desencorajados a entender o complexo processo de mistura de materiais. Tudo por falta de um tutorial explicativo.
Já fica um aviso: a munição no jogo é bem escassa. Muito mais do que o normal, na verdade. Não é aconselhável, de forma alguma, tentar matar todos os raptors que aparecerem pelo caminho: caso contrário, ficará sem munição rapidinho. Até porque é preciso muitos disparos para eliminá-los. Além disso, não há uma arma branca que podemos usar para matar os dinos, desta vez, então, acabou a munição, já era, corra. O problema é que correr não adianta muito. Os raptors são muito mais rápidos do que qualquer ser humano, e poderá nos alcançar com poucos passos. Então, a solução é usar os anestésicos para liberar uma barra quando estiver encurralado, e só usar a munição quando estivermos em um combate um-contra-um ou com a possibilidade de usar proteções do cenário a nosso favor.
Não há um medidor de saúde em Dino Crisis, como em outros survival horrors. Para percebermos como anda Regina, temos de prestar atenção nos movimentos dela que são bem realistas. Conforme se fere, Regina vai demonstrando os ferimentos, como em Resident Evil 2. Após tomar algum dano, ela começa a segurar o corpo na região do abdômen, e anda mais devagar. Quando estiver muito danificada, ela começará a mancar, se movendo bem devagar e arrastando as pernas. É algo que incrementa bastante o jogo, permitindo ao jogador perceber o estado de Regina apenas pelo modo como ela se movimenta. Além disso, Regina pode ainda ter um sangramento, e manchas de sangue ficarão pelo chão conforme ela andar. Isso é péssimo, e um sinal de perigo: o sangramento deve ser curado imediatamente, com os medicamentos certos, ou irá diminuir a vida de Regina, podendo levá-la até a morte. Então, preste atenção em Regina.
Os já conhecidos sustos, tão presentes na série Resident Evil, estão aqui de volta. Dinos surgem do nada, quebrando janelas, entrando por dutos de ventilação, entrando por falhas na grade, por falhas na parede, pelo chão, enfim, de qualquer lugar. Não contentes em surgirem do nada, eles ainda podem seguir a Regina por várias salas, cruzando portas e pulando grades. Mas nenhum momento gera mais adrenalina do que os momentos Danger, como são conhecidos os momentos em que um dino aparece do nada e oferece riscos imediatos para Regina. Haverá momentos em que um pteranodonte tentará jogar Regina em uma turbina, tentará esmagar Regina com um contêiner, ou mesmo tentará jogá-la contra a parede. Alguns desses momentos podem representar morte na certa. Para sair das garras dos dinos, o jogador deve pressionar todos os botões do controle, menos o START e o SELECT, o máximo que puder, e o mais rápido que puder. Quanto mais apertar, mais rápido Regina irá se soltar ou desviar do ataque mortal, e menos dano receberá. Cabe ao jogador ficar atento para esses momentos especiais, quando aparece DANGER escrito na parte de baixo da tela), e esmagar os botões. Também vale quando Regina for abocanhada por um raptor.
Regina também possui um estoque limitado de itens no inventário, separado em dois quadros de inventário diferentes: itens-chave e itens comuns. Mesmo sendo em quadros separados, o espaço para armazenamento de itens é muito pequeno, e geralmente enche bem rápido. Para armazenar os itens, podemos usar os E-Boxes. Eles são separados em três cores: verde, amarelo e vermelho, e todos eles estão trancados por Plugs. Os Plugs ficam escondidos no cenário, em corpos, caixas ou mesmo em pontos secretos. Encontrando os Plugs, podemos destrancar os E-Boxes, e então armazenar nossos itens dentro dele. Ao destrancarmos um E-Box, podemos acessar através de um deles todos os outros E-Boxes já destravados da mesma cor, podendo assim transferir de um para o outro. Só que os E-boxes são separados por cor, estando presentes em três cores: amarelo, vermelho e verde. Por algum motivo do qual não consigo entender, se eu armazenar um item em um E-box amarelo, não posso reavê-lo no E-box verde, por exemplo. E, levando-se em consideração que eu preciso destrancar os e-boxes com plugs, pode acontecer de, mais para a frente no jogo, eu não conseguir destrancar um e-box verde, por exemplo. E aí, o que vai acontecer? Eu não vou conseguir acessar mais os itens que depositei em e-boxes verdes, a menos que eu volte para um aberto. Isso complica tudo desnecessariamente e representa um empecilho idiota para o jogador, que tem mais com o que se preocupar do que procurar plugs para destrancar e-boxes. 
Ah, claro, sendo um survival-horror, e ainda mais da Capcom, não podemos nos esquecer de quebra-cabeças. Se curte resolver uns quebra-cabeças, pode comemorar: tem vários no jogo. Alguns são obrigatórios e mais fáceis, outros são opcionais e mais complicados. Em si, todos são simples, só que não são tão bobos, quanto alguns de outros games, e, podem representar um desafio bem maior ao jogador. Vale a pena rachar a cuca para solucionar alguns deles.
Há diversos momentos no jogo em que os dois outros personagens, Gail e Rick, discutem e tomam decisões diferentes. Regina tem de escolher um dos dois lados para seguir, e a decisão recai totalmente sobre o jogador. Geralmente, o caminho de Gail envolve combate ferrenho com muitos dinossauros, enquanto o caminho de Rick envolve menos batalhas e mais quebra-cabeças. Cada caminho possui lugares novos, itens únicos, e fornece uma parte da história que o outro caminho não possui. Além disso, essas decisões que tomamos no decorrer da história influenciam completamente o final do jogo. Por isso, vale a pena jogar várias vezes, só para saber o que nos aguarda em cada caminho. São 3 finais diferentes que podem ser alcançados apenas com decisões diferentes.
E após fechar o game? A Capcom reservou alguns extras para os jogadores. Os extras incluem trajes especiais para a Regina, um novo modo de jogo e uma arma secreta. Ao fechar o jogo uma vez, em menos de 5 horas, liberamos dois trajes especiais e um novo modo de jogo. Fechando o jogo mais uma vez, fazendo um final diferente, liberamos mais um traje especial, e, fechando mais uma vez, fazendo os 3 finais possíveis, liberamos a arma secreta. Ou seja, para conseguirmos tudo que o jogo tem a nos oferecer, temos de fechar o jogo pelo menos 3 vezes. Além disso, ao fechar o jogo na primeira vez, disponibilizará o modo de jogo Operation: Wipeout. Trata-se de uma caçada, em que Regina tem de encontrar e eliminar o número de dinossauros identificado na tela, procurando por todas as salas espalhadas pela base. Claro, dentro do tempo estipulado. Após conseguir uma missão, teremos de recomeçar com outra missão, em outro local, com dinossauros mais difíceis e menos tempo ainda. Começa relativamente fácil, e vai ficando tão difícil que realmente apenas para os mais habilidosos no combate contra os dinos conseguirão passar. Algo interessante de se jogar, que manterá o jogador entretido por um bom tempo depois de já ter cansado de fechar o jogo várias e várias vezes.

Análise do jogo

Gráficos
Os gráficos são totalmente tridimensionais, diferente dos jogos da franquia Resident Evil, que usam fotos em CG para formar o cenário. Mesmo assim, ainda assim são belos, com plena quantidade de detalhes e de origens de luz. As câmeras sempre estáticas de Resident Evil deram lugar a novas câmeras, mais práticas, com boas angularizações e que seguem Regina por corredores e por salas maiores, sempre que for necessário. Isso realmente ajuda o jogador a não perder o controle da Regina no meio da ação. Regina e os personagens humanos também estão muito bem feitos, mas o crédito vai mesmo é para a construção dos dinossauros. Os velociraptors, por exemplo, estão muitíssimo bem projetados, com movimentos muito realistas. Cada dinossauro possui diversas formas de ataque, e cada uma possui uma animação única e excelente. Podemos encontrar raptors dormindo, revirando lixo, comendo cadáveres, farejando, brigando entre si, enfim, diversas coisas assim, que são interessantes de se ver. Além disso, as animações de CG estão entre as mais belas já feitas para um survival horror. Por todos esses detalhes pensados e dedicados pela produção da Capcom, o empenho da equipe de produção da Capcom merece a nota máxima.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Som
O som designado para Dino Crisis é tão bom quanto os sons utilizados por outros survival horrors, até mesmo da Capcom e Konami. A equipe de compositores é composta por Makoto Tomozawa e Akari Kaida, que também compõem músicas para a franquia Resident Evil. Muitas vezes, não há uma música em si tocando ao fundo, e sim uma harmonia de sons dispersos e com um ritmo frequente, que faz com que o coração bata bem forte. As dublagens dos personagens também está muito boa. Mas o destaque vai mesmo para os sons ambientes, que estão muito realistas. O eco dos passos dos personagens mantém a expectativa sempre em alta. Os grunhidos dos dinos à distância, e o som dos passos deles se aproximando, mesmo que não possamos vê-los, mantém os cabelos em pé. Por conta desse cuidado sonoro essencialmente estético, com um nível bem comparável a outros jogos do gênero, o empenho foi máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Jogabilidade
A jogabilidade de Dino Crisis possui suas falhas. Em si, o essencial do jogo é bem similar aos outros jogos do gênero, como Resident Evil e Silent Hill. Os controles de movimentação, de acesso a mapas, menus, mira e combate em si é idêntico. Mas a Capcom se deu ao trabalho de aperfeiçoar o esquema de combate, de modo a torná-lo mais dinâmico e mais prático, condizendo com a velocidade frenética do jogo. Elas são muito bem-vindas: a mira automática, a virada em 180º, a possibilidade de andar com a arma empunhada e as interações com o cenário. Só que isso ainda não é o bastante, e, mesmo com essas alterações, o jogo ainda pode acabar afastando os jogadores menos hardcore ou não acostumados com esse estilo de jogo. Tudo por falta de um tutorial e pela dificuldade elevada demais do jogo. Além disso, o processo de mistura de itens é essencial, mas confuso. Poderia ter sido melhorado, facilitado, já que ele tem uma função importante na jogabilidade. O processo de estocagem de itens também foi desnecessariamente dificultado. Por que colocar travas nos E-boxes? E porque separá-los por cor, de modo que um E-box amarelo não pode interagir com um verde, e vice-versa? Enfim, o método de armazenamento de itens ficou muito mal planejado e pouco eficiente, deixando o processo mais chato do que deveria ser. Por esses defeitos, por ter melhorado aqui e piorado ali, posso afirmar que o empenho da Capcom em trazer uma jogabilidade eficiente foi nada além de considerável.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Diversão
Dino Crisis nos traz todo o clima dos survival horrors, com um detalhe a mais: dinossauros. Isso mesmo, a principal alteração da série é também a responsável por tanta diversão. Inimigos mais ferozes, que atacam inconstantemente, fornecem um diferencial agradável para a ação do jogo. Agradável em termos, porque ficou muito difícil. Todos os inimigos (com exceção do compsognatus) podem matar com poucos golpes, e são inimigos mortais que merecem cuidado e atenção, deixando o jogo frenético sempre que um inimigo aparece. Quando eles aparecem em bandos, então, as chances de se morrer sobem drasticamente, até para os jogadores mais habilidosos. Isso sem dizer quando surge o tão famigerado T-Rex. As cenas de Danger não são muitas no jogo, mas ajudam a deixar a tensão em alta. Enfim, a ação é constantemente parada para a resolução de quebra-cabeças, mas pelo menos eles são mais inteligentes e divertidos do que os de outros jogos. São como passatempos interessantes entre uma área e outra, e só acrescentam ao game. A história do game também é interessante. Só o que atrapalha é a necessidade de se ter de recorrer ao velho processo de armazenamento de itens, que é pouco prático e funcional. Esse é um toque mal pensado que atrapalha a diversão do game. Por esse motivo, o empenho da Capcom com a diversão foi excelente, e não máximo. 
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Longevidade
A Capcom conhece o gênero survival-horror, e sabe como ninguém a fórmula mágica para se trazer longevidade a um game desse gênero: vários finais, tomadas de decisão, e muitos extras. E é isso que Dino Crisis traz. O jogo tem três finais distintos, permite ao jogador decidir os rumos da história, tem duas dificuldades, classifica o jogador de acordo com o seu desempenho no jogo, possui diversos extras, que incluem ainda um novo modo de jogo. É conteúdo para se jogar o jogo no mínimo três vezes, se quiser ver tudo o que tem para ser visto. Os extras são alguma roupas novas e uma arma secreta. Não é lá tanta coisa, mas já é alguma coisa. Uma pena que o modo secreto, o Operation: Wipeout, apesar de divertido, não acrescente nenhum extra ao game uma vez que for terminado. Um jogo para se jogar por vários dias sem problemas. Empenho excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Inovação
Bem, a Capcom tentou apresentar ao mundo uma coisa nova... Mas não conseguiu surpreender tanto assim não. A Capcom inaugurou o gênero survival horror no Playstation, e agora repetiu a mesma fórmula, aplicando uma ou outra alteração, para chamar de diferente. As alterações são pequeninas e insignificantes em comparação com o que a própria Capcom mostrou que é capaz de fazer com outros gêneros. Quando comparado com outros survival-horrors, de outras empresas, então, aí é que Dino Crisis fica com mais cara de "dejá vu" ainda. A inclusão de dinossauros e de um combate mais rápido foi bem-vinda, mas não foi suficiente. Realmente, no quesito inovação, a Capcom não se empenhou muito. Um pouco mais do mesmo, só que com dinossauros.

● Nota pessoal: 1/5 (Empenho Mínimo)

Soma Final: 23/30 (Muito Bom)

Em resumo: Dino Crisis é basicamente um Resident Evil com dinossauros. Trouxe detalhes inovadores, mas não nega suas semelhanças de raiz. Quem não gosta de Resident Evil com certeza não gostará de Dino Crisis, pois á uma experiência bem semelhante. Mas se você adorou Resident Evil 1 e 2, este jogo é obrigatório, pois ele possui tudo o que há de bom neles e ainda melhora o gênero em alguns aspectos, adicionando muito mais ação e adrenalina.


Análises profissionais

O Metacritic não possui uma média para Dino Crisis.

Detonado em Vídeo

Este detonado está em boa qualidade e completo. Foi jogado no modo normal, que é o mais difícil, portanto mostra as melhores táticas para se avançar em cada área, além de mostrar a resolução dos quebra-cabeças e afins. Além disso, esse detonado mostra as decisões mais simples e mais importantes possíveis, de modo a se realizar o melhor final possível. Divirta-se! O detonado ainda conta com excelente qualidade som e de imagem, além de estar bem editado e bem compactado em um único vídeo. Vale a pena conferir!

Parte única


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